Crucificação, mortificação e vida
"sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos;" (Rm 6:6)
"Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus." (Rm 6:11)
"Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis." (Rm 8:13)
Durante anos eu confundi o "velho homem" com a "carne", pensando que era a mesma coisa.
Agora vejo que isso é impossível, pois existem duas declarações a respeito do velho homem:
(1) "Nosso velho homem foi crucificado com Cristo" (Rm 6.6);
(2) Nas cartas aos Efésios e Colossenses o velho homem deve ser despojado.
Na verdade ele foi despojado. O Calvário é o lugar onde o velho homem foi crucificado, e nós mesmos, como também nossos pecados, fomos levados ali. O velho homem foi executado como um criminoso e rebelde sem esperança. Este velho homem crucificado é claramente distinto da nossa morte para o pecado. O velho homem não morre para o pecado; ele morre em seus pecados. É preciso um "novo homem" para morrer para o pecado. O "novo homem" concorda com Deus em que o único lugar para o velho homem é na Cruz e por isso despoja do velho homem. A tarefa de crucificar o velho homem não é deixada aos nossos cuidados; Deus já fez isso, e devemos considerar isso como já tendo sido feito. Mas a "carne" é deixada para o novo homem crucificar (Gl 5.24). O velho homem é crucificado, mas sua natureza, suas tendências, seus hábitos involuntários permanecem. O “velho homem” usou o mecanismo do nosso ser por tanto tempo que, num curto momento de desvio ele, num ímpeto momentâneo, é capaz de agir involuntariamente e por causa do costume habitual clamar por satisfação. São "os feitos do corpo"
(Rm 8.13) que devem ser mortificados.
O caminho da libertação é indicado. Somos justificados do pecado. Nenhum senhor pode fazer uma exigência legal sobre um servo que esteja morto. Se ele escapa e é
apanhado, pode ter que responder a um processo criminal, mas o escravo morto está livre. Os escravos do pecado estão mortos, e o pecado, como o antigo senhor, é forçado a reconhecer isso. Mas a morte do escravo é apenas um lado dessa questão. “Porque se morremos com Cristo, cremos que viveremos juntamente com Ele". Partilhamos dessa vida agora. Precisamos da vida Dele antes de poder morrer para o pecado e tudo o que o pecado outrora significou para nós, com Ele. Precisamos da Sua vida a fim de nos considerarmos cada dia mortos para o pecado. [...]
(Rhys Bevan Jones (19 de setembro de 1869 – 10 de abril de 1933))
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