Fé, amor… e boas obras


 

"Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor." (Gl 5:6)


Conhecemos uma senhora de idade, na Argentina, que, segundo ela mesma explica, "nunca conseguiu ganhar uma alma para Jesus". (Para falar a verdade, não nos preocupamos muito em ganhar almas, mas sim ganhar a alma, o corpo e o espírito — a pessoa toda.) Aquela senhora já estava na igreja havia muitos anos. Certo dia, o Senhor deu-lhe uma visão clara deste tipo de amor, e ela veio a compreender que não foi um folheto que Deus enviou do céu; 

ele mandou seu Filho, que desceu à terra e viveu entre nós e curou as pessoas. Ele nos auxiliou e conviveu conosco. 

Aquela irmã resolveu que iria fazer a mesma coisa. 

Defronte do lugar onde morava havia uma casa para alugar. Quando os novos moradores se mudaram para ela, essa irmã já estava preparada. Dirigiu-se para a casa levando café e bolinhos, e disse àquela gente: "Vim trazer-lhes alguma coisa para comer, pois sei que se mudaram agora e creio que ainda não puderam preparar uma refeição. Voltarei depois para buscar as vasilhas; e não se preocupem em lavar nada. Devem estar muito atarefados. 

"E a propósito, se desejarem conhecer o armazém, fica naquela esquina..." E ela nem colocou um folheto por baixo dos bolinhos. Apenas levou aquelas coisas para eles e ajudou-os um pouco. 

Pouco depois, ela voltou para pegar os pratos e disse-lhes:

 "Se precisarem de mais alguma coisa, estou às ordens. Se quiserem alguma coisa, terei muito prazer em ajudá-los." Ela não falou de Cristo, mas um mês depois a família toda foi batizada, por causa da luz que ela fizera brilhar diante deles. 

Jesus não disse: "Deixem que seus lábios falem perante os homens de tal maneira que eles ouçam as belas palavras e glorifiquem o Pai." O que ele disse foi: "Deixem brilhar a sua luz!" — seu amor. 

Talvez alguns de nós tenham dificuldades com esta questão porque fomos doutrinados num evangelho anticatólico. Desvestimos totalmente as boas obras de todos os seus méritos. 

Não somos salvos por boas obras, dizemos; e isto é apenas uma parte da verdade, pois nós somos "criados em Cristo Jesus para boas obras" (Ef 2.10). 

Em Atos 10, nós lemos a respeito de Cornélio e das boas obras que realizava — e gostamos de acrescentar que ele ainda não era salvo. Mas notemos que Deus enviou-lhe um anjo porque "as tuas orações e as tuas esmolas subiram para memória diante de Deus" (v. 4). 

Esta é a outra faceta da verdade. 

As boas obras evidenciam a existência do amor. As vezes, nós levamos tudo para o lado místico — "Oh! Como eu o amo, meu irmão!" — mas não demonstramos nosso amor de outra forma, a não ser com abraços e sorrisos. 

Boas obras significam boas obras. Obras significam trabalho, e não apenas uma filosofia mística. Precisamos abrir nossa carteira e praticar boas obras. Naturalmente, existe uma diferença entre as boas obras que são realizadas como resultado do amor, e as realizadas na carne. 

Paulo disse que se eu der todos os meus bens para os pobres e não tiver amor, nada sou. (...)

Não nos esqueçamos de que temos de amar o próximo no presente momento, no lugar onde nos encontramos.

(R. C. Ortiz)


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