Do terreno para o celestial - Parte 03
“prossigo para o alvo para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Fp 3:14)
CRISTO É O CENTRO DE TODAS AS AÇÕES, DE TODAS AS AFEIÇÕES, DE TODOS OS INTERESSES DE DEUS PAI.
Na nossa meditação anterior, procuramos compreender o que o apóstolo Paulo quis expressar com esse termo: “prossigo para o alvo para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Fp 3:14) Vamos destacar ainda mais uma nota sobre isso. Creio que será de muito valor. "O ‘alvo’ mencionado aqui neste versículo base de nossa consideração quer dizer 'o mais pleno desfrute e ganho de Cristo', e o ‘prêmio’ a ser alcançado é o desfrute final e máximo de Cristo no reino milenar como uma recompensa para os corredores vitoriosos da corrida neotestamentária. Ser chamado para o alto é para obter o prêmio para o qual Deus nos chamou do alto, dos céus. O chamamento celestial (Hb 3:1) corresponde à pátria celestial mencionada no verso 20 de Filipenses capítulo 3. Não é um chamamento terreno como o que fora dado aos filhos de Israel na carne. *O chamamento para o alto é tomar posse de Cristo*, enquanto o chamamento terreno feito aos filhos de Israel era para tomar posse da terra física."*
Há de fato uma realidade celestial presente - ascensional - que está disponível para o desfrute pela fé de todos aqueles que vivem em santa união com Cristo, em espírito e em verdade. (ver Hebreus 12:22-24) O texto é claro, irmãos e irmãs: há uma esfera terrena indicado pela negativa “NÃO” - ‘não tendes chegado…’ (vs. 18-21) e outra completamente nova, superior, celestial, indicado pela conjunção “MAS” - ‘mas tendes chegado…’. Lembremo-nos de que o autor de Hebreus está posicionado no contexto da ‘nova aliança’ e seus ensinamentos são cristocêntricos. O Filho nos é apresentado como o falar total, final e definitivo de Deus (Hb 1:1-2). É sob a obra consumada do Senhor que o autor está considerando aqui. É por meio dele - Cristo - que Deus trouxe à luz a nova criação. (2 Co 5:17) “os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” (Jo 1:13) Estávamos em Adão, agora estamos em Cristo. Aleluia! Isso é fato - cremos na Palavra de Deus! É a posição objetiva da redenção, ponto pacífico. Vamos observar agora o aspecto ascensional como resultado dessa realidade na esfera subjetiva. Infelizmente, mal compreendida pela maioria dos crentes. “Como foi o primeiro homem, o terreno, tais são também os demais homens terrenos; e, como é o homem celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do celestial.” (1 Co 15:48-49) A Palavra de Deus nos apresenta esses dois pontos de vista: o aspecto objetivo da cruz e o subjetivo, - o posicional e o experiencial. Um diz respeito à justificação, o outro ao resultado da mesma, a santificação. Ambas afluem à glorificação final. Vale lembrar aqui que “Santificação é glória iniciada, e glorificação é santificação consumada”. Jesus Cristo é o Senhor da glória (Tg 2:1), por isso a Ele Deus a tudo está convergindo (Ef 1:10; 4:10).
Vamos considerar o que foi escrito por um amado irmão com respeito a isso. Mas é bem provável que o leitor tenderá a rejeitar o conceito de imediato, até que o Senhor traga Sua luz e esclareça-o na Sua Palavra. Disse ele: “Podemos usar as palavras posição e experiência para substituir os termos objetivo e subjetivo respectivamente. O lado objetivo nos mostra nossa posição: o que temos em Cristo pelo simples fato de estarmos nEle, tendo nEle crido. O lado
subjetivo nos mostra a posição vivenciada. Isso explica muitas passagens das Escrituras que não podemos entender. Parece que elas se contradizem, quando, na verdade, estão apenas enfatizando um desses aspectos mencionados: posição ou experiência. Mas devemos lembrar que a Palavra de Deus coloca ênfase idêntica em ambos os lados. Todas as experiências subjetivas são baseadas em fatos objetivos. O Espírito Santo não pode nos levar a experimentar algo que não esteja contido na obra do Senhor Jesus no Calvário, que nos fala do aspecto objetivo, ou seja, da posição. Toda experiência deve ser examinada à luz da Palavra escrita. Como já vimos anteriormente, o Logos é a base do Rhema. Não podemos ter Rhema
(a Palavra Viva) se não temos o Logos. O Logos deve ser transformado em Rhema pelo Espírito Santo. Apenas um "está escrito" não é suficiente. É necessário outro "está escrito", como aconteceu quando o Senhor Jesus foi tentado pelo Diabo (Mt. 4:1-11). Muitos cristãos hoje estão praticando coisas totalmente estranhas ao ensino do Novo Testamento. Podemos até encontrar um "está escrito" e nos lançar em busca da experiência que tal texto parece mencionar, mas o resultado será desastroso. As consequências não podem ser medidas de antemão… A primeira coisa a aprender é a posição que ocupa a Palavra de Deus. Ela é a "garantia" para alcançarmos a vida abundante. Mas o segundo capítulo de Josué nos ensina uma lição muitíssimo importante, que é a "Prudência da Vida Abudante". Como já vimos, o simples fato de a Palavra de Deus mencionar uma determinada verdade, não quer dizer que nós a possuímos...”** Ou, eu diria: ainda não tenhamos vivenciado experiencialmente no aspecto subjetivo.
Por exemplo, o Senhor Jesus declarou: “...eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” (João 10:10b) Os cristãos genuínos - os que nasceram de novo -, de fato receberam vida espiritual, mas poderíamos afirmar que todos tem vida abundante? Essa será a matéria de nossas linhas finais e conclusivas.
Podemos declarar que até o dia de Cristo Jesus os verdadeiros crentes estarão sob uma tensão: “O já, mas ainda não!” (1 Jo 3:2)
“O que temos aprendido de Romanos 6 e 7 é que quando confiamos em Cristo como nosso Salvador e Senhor (como nosso Tesouro!), somos unidos a Cristo (Romanos 6:5; 7:4). Nessa união com Cristo morremos (Romanos 6:8; Colossenses 2:20; 3:3) e ressuscitamos novamente (Romanos 6:4; Colossenses 2:12; Efésios 2:6). Portanto, uma decisiva e irrevogável nova criação vem à existência (2 Coríntios 5:17), e uma decisiva e irrevogável libertação aconteceu (Romanos 6:14,18). Nós passamos da morte para a vida (eterna!). Nosso julgamento decisivo ficou para trás de nós - no Gólgota (João 5:24). Fomos transladados do domínio das trevas para o reino do Filho de Deus (Colossenses 1:13).
Mas nós também aprendemos que nossa libertação do pecado ainda não é final e perfeita. Decisiva e irrevogável, sim! Mas final e perfeita, não! O pecado ainda habita dentro de nós (Romanos 7:17, 20). O mal está presente em nós (Romans 7:21). A “carne” é um problema diário de nossas almas (Romanos 7:25). Ainda não somos perfeitos nem já obtivemos nossa coroa e recompensa (Filipenses 3:12). Somos mentirosos se dissermos que não temos pecado (1 João 1:8,10).”***
Como, então, devemos encarar essa questão? O que o apóstolo Paulo nos diria sobre isso? “Será que ele diria: “Vocês são decididamente e irrevogavelmente novos, de forma que podem caminhar pela vida sem nenhuma luta para se tornarem novos?”. Ou ele diria: “Vocês não são decididamente e irrevogavelmente novos e devem lutar para conseguir esse lugar em Cristo”?. Não, nenhuma das duas opções. Ele diria: “Pela fé, abrace tudo o que Deus é para o seu bem em Cristo e tudo o que você é para a sua glória em Cristo”. Creia nisso. E agora, com essa confiança, lute para tomar a posição do território que Cristo conquistou para você. Lute para se tornar na prática o que você é em Cristo”.***
Vejamos a seguir oito ilustrações dessa verdade supracitada:
1. Declaração de novidade: Romanos 6:14. Imperativo para a novidade: Romanos 6:12.
2. Declaração de novidade: Romanos 6:18. Imperativo para a novidade: Romanos 6:19.
3. Declaração de novidade: Romanos 6:6. Imperativo para a novidade: Romanos 6:11.
4. Declaração de novidade: Colossenses 3:9. Imperativo para a novidade: Efésios 4:22.
5. Declaração de novidade: Colossenses 3:10. Imperativo para a novidade: Efésios 4:24.
6. Declaração de novidade: Gálatas 3:27. Imperativo para a novidade: Romanos 13:14.
7. Declaração de novidade: Gálatas 5:24. Imperativo para a novidade: Romanos 13:14b.
8. Imperativo para a novidade: 1 Coríntios 5:7a. Declaração de novidade: 1 Coríntios 5:7b.
CRISTO, NOSSO CORDEIRO PASCAL, FOI SACRIFICADO. "Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade." (1Co 5:8)
“O tempo da graça é a oportunidade de buscar a "glória" que está próxima à mão.”(R.Govett)
NOTAS
(**W.Lee;**D.O.Meireles;***J. Piper)
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