VIVER COM DEUS É FÁCIL

 


 _Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem. Pois ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó_. (Sl 103: 13-14)

Um entendimento inapropriado sobre o caráter de Deus tem gerado muita infelicidade entre bons cristãos, ainda nos dias atuais. Para estes a vida cristã é concebida como o sofrimento de se carregar uma cruz, mediante os olhos de um Pai severo que exige tudo e nada perdoa. Ele é austero, raivoso, extremamente temperamental e difícil de ser agradado. O tipo de vida que brota desta noção equivocada é, na verdade, uma paródia da verdadeira vida cristã.

Para o nosso bem estar espiritual é necessário que tenhamos uma correta concepção de Deus. Se pensarmos que Deus é frio e exigente, impossível será viver com Ele, e nossas vidas serão servidão e medo. Se nós O concebermos como amável e compreensivo, nossa vida interior vai espelhar esta ideia.

A verdade é que Deus é simples e agradável, e servi-Lo é uma alegria inexplicável. Ele é plenamente amor e os que confiam Nele não necessitam nada mais do que o Seu amor. Ele realmente não tolera o pecado, mas através do sangue do pacto eterno Ele está apto para agir em nosso favor como se nós nunca tivéssemos pecado. Para os filhos dos homens que Nele confiam, a Sua graça vai sempre triunfar em justiça.

A comunhão com Deus é sempre e plenamente regozijante. Ele comunica-se com o Seu redimido de um modo fácil e desinibido companheirismo, ensejando descanso e cura para a alma. Ele não é ressentido, egoísta ou temperamental. O que Ele é hoje Ele será amanhã, no próximo dia e no próximo ano.

Ele não é inacessível, ainda que possa ser difícil satisfazê-Lo. Ele espera de nós somente aquilo que Ele mesmo nos deu. Ele está sempre pronto para considerar todo simples esforço para agradá-Lo, e sempre pronto para desconsiderar imperfeições quando estamos querendo fazer a Sua vontade. Ele nos ama a despeito do que somos e valoriza nosso amor muito mais do que galáxias de novos mundos criados.

Infelizmente, muitos cristãos não se libertam de suas pervertidas noções sobre Deus, e essas noções envenenam seus corações, destruindo sua liberdade interior. Esses irmãos servem a Deus penosamente, tal como o filho mais velho, fazendo o que era certo, porém sem entusiasmo e sem alegria; sem capacidade para entender a alegria e o espírito da celebração quando o pródigo voltou para casa.

A ideia que essas pessoas têm de Deus exclui a possibilidade Dele ser a felicidade do Seu povo. Seus cânticos e todas as expressões de louvor são nada mais que pura ‘zeolatria’. Almas infelizes são estas, condenadas a pesadamente e melancolicamente seguir seu caminho, severamente e fazendo ‘tudo certo’ na expectativa de que quando os céus caírem estarão do lado vencedor no dia do julgamento.

Que bom seria se nós aprendêssemos o quanto é maravilhoso viver com Deus. Ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó. É verdade que eventualmente Ele nos castiga, mas até mesmo isto Ele faz com o afetuoso sorriso de um Pai; com um sorriso de prazer, porquanto como filhos imperfeitos, estamos sendo transformados para sermos semelhantes a Ele.

Muitos entre nós são religiosos nervosos, porque sabem que Deus vê todos os nossos pensamentos e conhece todos os nossos caminhos. Não há motivos para temores. Deus é a soma de toda paciência e a essência de toda bondade e ternura. Nós temos que ser gratos a Ele, não freneticamente tentando nos tornar bons, mas descansando em Seus braços com todas as nossas imperfeições, crendo que Ele entende tudo, e apesar de tudo Ele nos ama. Amém!

A.W. Tozer (1897 – 1963)

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