POR AMOR CRISTO NOS ATRAIU!

 


“De longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí.” (Jeremias 31:3)


Jamais conseguiremos mensurar o grau do amor que Cristo demonstrou por nós quando se

entregou para morrer numa cruz. É demais para o pobre raciocínio humano quantificar a medida deste amor. O que levou a Cristo abrir mão de todo esplendor de sua glória para vir a este mundo caído? O que O motivou a se entregar para ser humilhado, a tal ponto que fosse achado em figura humana? Como admitir que o Todo poderoso tomou forma de servo? Como podemos aceitar que o Criador deste universo consentiu em nascer num lugar desprezível, em uma manjedoura? Somente duas palavras conseguem responder estas perguntas: Por amor.

A mente carnal não pode discernir o significado da humilhação de Cristo: Pois Ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu um nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus Pai.” (Filipenses 2:6-11). À parte da revelação do Espírito, estas palavras são vazias.

O amor de Cristo por nós é tão intenso que atravessa os séculos e as idades. Ele repousa na eternidade. Antes que o primeiro átomo, que comporia um grão de pó fosse criado, o amor já era uma realidade.

Antes mesmo da criação de todas as hostes celestiais, já éramos fruto do amor eterno deste Senhor maravilhoso: Mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós. Escritos no livro do Cordeiro que foi

morto desde a fundação do mundo.” (1 Pedro 1:19-20 e Apocalipse 13:8b).

Nem havíamos ainda nascido, e já éramos amados pelo nosso Senhor. Em sua infinita graça, Cristo demonstrou o seu amor antes mesmo da criação deste universo. Está escrito em Efésios 1:4-7: “Assim como nos escolheu, Nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele; e em amor nos predestinou para Ele, para a

adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que Ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua

graça.”

Era do pleno conhecimento do nosso Pai que o homem se rebelaria contra Ele. A queda não apanhou o nosso Deus de surpresa. A rebelião de Lúcifer e de um terço dos anjos criados, também não ocasionaram espanto em nosso Pai. No entanto, todo o levante

contra o Senhor serviu para potencializar, ainda mais, o grau do seu amor.

Não há dúvidas, o resultado da queda foi catastrófico. Todo o universo ficou maculado por

causa da rebelião. A humanidade tornou-se errante e desesperançada neste mundo. A condição do homem, mesmo que não se enxergue assim, é de completa miséria e dor. Nascemos neste mundo escravos do pecado e separados de Deus. No livro de Romanos 5:12 está registrado: Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.

Por causa da nossa iniqüidade, estamos alheios à vida de Deus. Devido a este estado, estamos privados da presença do Santo, e sobre nós pesa a justa ira do Altíssimo.

A Bíblia é clara neste assunto quando aponta: “Nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos

filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andávamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e

éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais.” (Efésios 2:2-3).

Deus é totalmente santo e não pode tolerar o pecado. O pecado precisa ser julgado com todo o peso da justiça divina. As nossas iniqüidades fazem separação entre nós e o nosso Deus, conforme está escrito no livro de Isaías 59:1-2: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.”

Deus mostrou a sua santidade a Israel quando deu a sua lei no monte Sinai. Neste monte, também demonstrou o quanto o pecado O ofende. Podemos constatar a ira divina contra o pecado, observando o cenário do Sinai. No livro de Exodo 20:18-21 está registrado: “Todo o povo presenciou os trovões, relâmpagos, e o clangor da trombeta, e o monte fumegante; e o povo, observando, se estremeceu e ficou de longe. Disseram a Moisés: Fala-nos tu, e te ouviremos; porém não fale Deus conosco, para que não morramos. Respondeu Moisés ao povo: Não temais; Deus veio para vos provar e para que o seu temor esteja diante de vós, a

fim de que não pequeis. O povo estava de longe, em pé; Moisés, porém, se chegou à nuvem onde estava Deus.”

O que aconteceu no monte Sinai? O irmão Eliseo Apablaza faz a seguinte observação: Um espetáculo terrível - trovões, relâmpagos e sons de trombeta. O que ocorreu? O Deus

da justiça, que não tolera pecado estava dando a conhecer as demandas de sua santidade. O povo que estava no pé do monte era um povo pecador. Portanto, esse fogo era a ira de Deus pelo pecado.

Em seguida, esse irmão nos concita a olharmos para um outro monte, o Calvário, e faz este comentário: Olhemos para outro monte, o Calvário. Em um extremo está o Sinai, fumegante, e do outro está o Calvário, escuro e sombrio.

Vejamos agora como esses raios, esses trovões e relâmpagos atravessam o ar, as idades e os séculos, e caem sobre o Gólgota.

As demandas da justiça de Deus que saem do Sinai, caem sobre o Calvário. Vejamos Cristo cravado na cruz, detendo toda a ira de Deus, para que ela não me alcançasse, e nem a você.

Este foi amor de Cristo.

Pendurado naquela cruz, Aquele que nunca pecou foi abandonado pelo seu próprio Pai. No livro de Mateus 27:46 está escrito: Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Cristo, naquela cruz, tornou-se objeto da ira divina. Ele, por nossa

causa, foi feito maldição: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se Ele próprio maldição em nosso lugar, porque está escrito: Maldito todo aquele que pendurado for no

madeiro.” (Gálatas 3:13).

O irmão Eliseo, então, conclui o seu pensamento: É como se Cristo dissesse: Pai, as tuas

demandas são para mim. Caiam os teus juízos sobre mim.

Caiam as tuas iras sobre mim, mas não toques a nenhum deles. Isto é amor. O Senhor Jesus suportou toda a ira divina, para que aqueles que são seus não fossem atingidos. Ele abriu mão de sua própria vida por nossa causa. No evangelho de João 15:13 está escrito: Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.

O preço da nossa salvação foi altíssimo. O Filho de Deus derramou o seu próprio sangue para nos livrar da escravidão do pecado. O livro de Atos 20:28 aponta: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a Igreja de Deus, a qual Ele comprou com o seu próprio sangue.” O Senhor Jesus

derramou todo o seu sangue naquela cruz em favor de sua amada Igreja. O livro de Efésios 5:25b atesta este fato: “Como também Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela.”

Fomos unidos de modo eterno e irreversível em Cristo quando Ele nos atraiu a si mesmo. Aquilo que já havia acontecido na eternidade, agora se torna realidade para nós: “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo.” (João 12:32). Foi o incompreensível amor de Cristo que nos atraiu a Ele. Merecíamos a condenação, mas Ele nos justificou. Devido a nossa rebelião deveríamos ser banidos eternamente da presença de Deus, mas o Senhor avocou para si toda culpa do nosso pecado.

Cristo foi punido por nós naquela rude cruz. Agora, por graça inefável, o Filho de Deus é a nossa vida.

Por amor, Cristo nos atraiu a si mesmo: “Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor;

fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas e me inclinei para dar-lhes de comer.” (Oséias 11:4). Cristo amou a sua Igreja e a comprou por bom preço. Ele é o Noivo, e um dia voltará para se encontrar com a sua amada noiva. Cristo virá buscar Aquela por quem Ele deu aquilo que lhe era mais precioso: a sua vida.

Estariam as nossas vestes de amor, preparadas para este tão glorioso encontro? Que Deus

tenha misericórdia de nós!


Tomaz Germanovix


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