A mensagem de Paulo às nações.

 A Mensagem

1) A lei e a carne colocadas de lado.

2) O novo homem criado em Cristo.

3) As mudanças resultantes.


"Por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Cristo Jesus, por amor de vós, gentios"

(Efésios 3.1).


Em consequência do desígnio de Deus em remover a lei e edificar para Cristo esse novo corpo, a igreja, a graça foi aberta a todas as nações. Mas um novo servo de Deus, conhecedor do seu plano e desejoso de levá-lo a cabo, era necessário, alguém que desejasse também sofrer pela causa de Deus e para o benefício das nações. Pois os salvos desta dispensação são de peculiar valor aos olhos de Deus.


"Paulo, [...] o prisioneiro de Cristo Jesus" (Efésios 3.1).


Como o Senhor removeu a inimizade completamente, neste caso, quando Paulo, como zeloso pela lei, estava disposto a pregar Cristo aos gentios, e sofrer por causa de Israel e por causa das nações, por amor à igreja! Onde qualquer outro teria dito "o prisioneiro de Nero", Paulo diz "o prisioneiro de Cristo". Diante de todos os outros interesses, ele olha para a mão de Cristo como governante de tudo. É importante que nós façamos o mesmo! Assim diz o nosso Senhor Jesus: "Não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?" (João 18.11). Era por amor a Jesus Cristo que Paulo estava na prisão. Mas, visto pelo lado dos homens, isso mostrava a maldade tanto dos judeus como dos gentios. Paulo era odiado pelos judeus por ser o mensageiro do Altíssimo para os gentios. Ele estava detido como prisioneiro dos romanos para agradar os judeus, embora confessassem que Paulo era inocente de qualquer ofensa às leis de Roma.

Quando Jeová estava se manifestando como o Deus de Israel, o construtor do seu templo era um rei ilustre. Agora o construtor do seu melhor templo é um prisioneiro desprezado e injuriado, sob as mãos do rei de Roma e em perigo de vida. Foi realmente um tempo de mistério! Quando Coré e Datã levantaram-se contra Moisés e Arão, a terra se abriu e engoliu os insurgentes, e fogo do tabernáculo matou os rivais de Arão. Quando o rei de Israel enviou alguns de seus soldados para prender Elias, fogo do céu desceu e os eliminou. Quando os embaixadores de Davi foram tratados com indignidade, ele vingou o insulto com a guerra (2 Samuel 10). Mas agora, nem Paulo clama por vingança, nem o Salvador ergue seu braço em favor dele. É o tempo de misericórdia! Mas, quando o tempo da recompensa chegar, o injuriado Paulo será realmente um rei!

Qual foi a causa do seu aprisionamento? Foi o ódio dos judeus. Paulo foi falsamente acusado como profanador do templo. Sua vida foi perseguida, porque em Jerusalém ele se proclamou mensageiro enviado às nações, em consequência da rejeição de Israel ao Senhor Jesus.

Paulo era o "prisioneiro de Cristo Jesus" para os "gentios", ou seja, para as nações (Efésios 3.1). A missão de Paulo era exclusivamente para as nações, inclusive para a nação de Israel. Ele estava colocando em prática a palavra do nosso Senhor: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mateus 28.19).

O Cristo havia de padecer até à morte e ressuscitar, "e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém" (Lucas 24.47).

Seria demorado demais que eu apresentasse um esboço da história dos procedimentos do Senhor com as nações, tanto no passado quanto no futuro. Mas o leitor das Escrituras achará o estudo muito proveitoso.

Apenas mencionarei que a expressão "as nações" em Apocalipse tem o mesmo significado dado aqui, até mesmo quando fala sobre o estado eterno dos salvos (Apocalipse 21.24, 26; 22.2).

Esta carta de Paulo é seu manifesto, não somente aos efésios, nem somente para a Ásia, mas para as muitas nações do mundo inteiro. Cristo pretendia que a epístola iluminasse os lugares e tempos distantes daqueles visitados por Paulo. Era uma mensagem para eles, para seu benefício e sua salvação, de modo tão real quanto a lei era contra eles e contrária a eles.

Os crentes referidos aqui foram outrora "das nações”. Haviam saído delas pela fé e pelo batismo, e agora estavam “em Cristo". Aqui Paulo fala àqueles que lerem sua epístola sobre o objetivo de sua missão para o mundo. Ele pregava as nações a fim de ganhar homens do mundo para Cristo. "Porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes. Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gálatas 3.27-28).

Um apóstolo especial era necessário para levar aos gentios as boas novas relativas a Cristo. Aos primeiros doze foi ordenado que fossem às nações e fizessem discípulos de todas elas. Contudo, lemos que debaixo da perseguição de Saulo, quando a assembleia de Jerusalém foi dissolvida, "todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões de Judeia e Samaria" (Atos 8.1). Quando Pedro é, por fim, especialmente comissionado para pregar a Cornélio, vemos que ele é objeto de reprovação de seus irmãos, que são descritos como "os da circuncisão". Pedro primeiramente se recusa a obedecer à visão do lençol baixado do céu, porque ele nunca havia transgredido as leis mosaicas quanto às refeições.

Deus, então, em sua graça, levantou Paulo para transmitir esta mensagem, que é tão preciosa para nós. Nenhum outro apóstolo senão ele teve a ousadia de experimentar o ódio que surgiu devido a essa missão para as nações, e ao ensino para os gentios acerca da aceitação deles por Deus, tendo total liberdade da lei de Moisés.

A missão de Paulo foi, de fato, para benefício das nações. Ele proclamou em sua plenitude a liberdade dos que estão em Cristo.

O objeto da missão de Paulo, como ele mesmo diz, são as nações. Israel é agora considerado somente uma entre as nações; sua posição distintiva foi outrora perdida por causa do pecado. "Na tua descendência, serão abençoadas todas as nações da terra. Tendo Deus ressuscitado o seu Servo, enviou-o primeiramente a vós outros para vos abençoar" (Atos 3.25-26).

Esta é parte do último discurso de Pedro a Israel. "Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti" (Gálatas 3.8, ARC). "As nações", então, incluem todo o mundo.

Esse evangelho está em vigor somente enquanto Cristo está no céu. Quando Ele retornar, será para Jerusalém e seu templo, e a supremacia de Israel sobre os gentios será declarada e estabelecida, como vimos em Isaías. Porém, agora os crentes de todas as nações, sendo aceitos em Cristo, ocupam uma única e mesma posição diante de Deus.

A resistência voluntária de Paulo quanto a seus esforços pelas nações evidenciou seu forte senso da profunda importância de sua mensagem, e somos extremamente devedores a ele. De fato, aquele que está em Cristo está colocado em uma posição muito mais elevada do que Israel, agora, na era vindoura, e para sempre.


(fragmentos do livro: "comentários aos Efésios" por Robert Govett)


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