As Cem Chibatadas
Temos usado inúmeras vezes a história real de um general russo que emitiu um decreto na província onde administrava, no qual foi determinado que a pessoa que deixasse de obedecer-lhe seria punida com cem chibatadas. Então aconteceu de a própria mãe do general ser a primeira a infringir seu decreto. Que situação dolorosa a do general. Como ele puniria dessa forma cruel sua própria mãe? E se a sua palavra não fosse cumprida, se a lei falhasse em infligir a sua justa multa, se a justiça tivesse de ser menosprezada, seu governo não se tornaria uma farsa? Se a justiça for digna do nome, não pode se tornar um brinquedo do favoritismo, do dinheiro nem de nenhuma outra consideração debaixo do céu. Deus, nós apontamos, não poderia ser menos sensível às reivindicações da justiça do que o homem. Mas havia o amor. Não era a exigência do amor ainda mais obrigatória? O que o general fez? Ele ordenou que os seus soldados executassem a sentença, mas antes que o chicote baixasse sobre a querida mãe, seu filho a empurrou para o lado e tomou seu lugar. Sobre as suas costas caíram as cem chibatadas. Diz-se que Deus encontrou-Se em um dilema semelhante em consequência do pecado do homem. Ele não ousou desculpar-Se levianamente. Se Ele perdoasse sem um reconhecimento adequado da santidade da Sua santa lei e sem manifestar a Sua imensurável repugnância pelo pecado, Ele mesmo ficaria envolvido na culpa do pecado e Se tornaria um partidário da sua natureza corrupta. Como essa preciosa história tirada da vida serviu para lançar luz sobre os mistérios do Calvário! Prosseguimos com a pergunta: o que Deus fez? Ele fez o que o general russo fez. O Calvário foi a resposta. “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro.” “O castigo que nos traz a paz estava sobre ele.” “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” O terrível brado de desolação: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” não foi nenhum gesto de fingimento. O general russo não recebeu noventa e nove chibatadas. Ele recebeu cem.... Cristo não estava aparentemente morto. “Ele provou a morte por todos os homens.” “A alma que pecar, essa morrerá.” “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.”
(Trecho do capítulo: A Cruz e a Obra do Reino - F.J.Huegel)
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