PARADOXOS

 Ó DEUS IMUTÁVEL, 

Sob a convicção do teu Espírito eu aprendo que 
quanto mais faço, pior eu sou, 
quanto mais sei, menos eu sei, 
quanto mais santidade possuo, mais pecador sou, 
quanto mais amo, mais há para amar. 
Ó, miserável homem que sou! 
Ó Senhor, 
possuo um coração rebelde, 
e não posso permanecer perante ti; 
Sou como um pássaro à presença humana. 
Quão pouco amo a tua verdade e os teus caminhos! 
Eu negligencio a oração, 
por pensar que já fui sincero o bastante e já orei o suficiente, 
por saber que tu salvaste a minh’alma. 
De todos os tipos de hipócrita, livra-me de ser um hipócrita evangélico, 
dos que pecam sem preocupar-se porque a graça abunda, 
dos que se gabam das luxúrias que já foram limpas pelo sangue de Cristo 
dos que pensam que Deus não pode lançá-los no inferno, porque são salvos, 
dos que amam a pregação evangélica, a igreja, os cristãos, 
 mas vivem de forma ímpia. 
Minha mente é um buquê sem um botão de flor, 
com nenhum discernimento espiritual, 
nenhum desejo pelo Dia do Senhor, 
constantemente aprendendo mas jamais alcançando a verdade, 
sempre tendo o bem do evangelho, mas sem conservar seu líquido. 
Minha consciência está sem convicção ou contrição, 
sem qualquer arrependimento. 
Minha vontade está sem poder de decisão ou resolução. 
Meu coração está sem afeição, e cheio de fendas. 
Minha memória não retém, 
por isso esqueço facilmente as lições aprendidas, 
e tuas verdades se escoam. 
Dá-me um coração quebrantado, mas que transporte o líquido da graça.

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Tradução: Márcio Santana Sobrinho 
Extraído de: The Valley of Vision: 
A Collection of Puritan Prayers Devotions, 
editado por Arthur Bennett, p. 72.