A OPERAÇÃO DA CONSCIÊNCIA
Antes da queda do homem, a intuição e a comunhão estavam atuantes. Infelizmente, depois da queda do homem, essas funções foram anuladas; todavia, Deus permitiu que a consciência, ficasse de alguma forma, viva. É como se ele estivesse dando uma última oportunidade para o homem pecador; em outras palavras, ele usaria a consciência para restaurar as pessoas. Quando o Espírito Santo começa a trabalhar no homem pecador, ele atua em sua consciência. Por meio dela, há uma chance do Senhor restaurá-lo.
A consciência é como um “telefone celular” que Deus deixou no espírito do homem. Por vezes, Deus ainda pergunta ao homem: onde estás? Ainda que uma pessoa ao meio-dia seja 100% ateia, quando chega à meia-noite, de algum modo a sua consciência a incomodará e a lembrará que há um Deus. Algo dentro dele dirá: “Você não deve continuar vivendo desse jeito”. Ao meio-dia, a pessoa se gaba por ser 100% ateia, mas, à meia-noite, ela é só 50%. Isso é a consciência atuando.
Desde a queda do homem, a consciência está trabalhando, mas de forma muito tênue. A razão disso é simples: o homem usa todos os tipos de desculpa para abafá-la. Mas ainda que seja uma voz tão fraca e tênue, Deus a usa para restaurar o homem.
Frequentemente o homem se afasta muito de Deus. Então ele envia tempestades, raios e trovões para mover a consciência. Isso aconteceu, por exemplo, com Martinho Lutero. Ele sempre achou que estava sob a ira de Deus. Certa vez, quando estava perto de uma árvore em meio a uma tempestade, um raio quase o atingiu. Então, ele gritou: “Maria, salve-me!” Ele não podia fazer nada melhor do que isso; achou que estava morrendo e sua consciência o incomodava. A fim de aplacar esse incômodo interior, ele pensou: “Se eu for para um mosteiro terei uma consciência melhor”. Mas por que Deus usou raios e trovões para lidar com Lutero?
É interessante saber que o trovejar resulta em uma onda sonora cuja frequência é mais baixa do que aquela que o ouvido consegue ouvir. Assim, o homem não ouve o som, mas sente a vibração nos ouvidos. A voz de Deus é semelhante: se ele está falando, de algum forma a vibração penetrará na consciência do homem, e este sentirá medo. Quando cai um raio de verdade, o homem pensa: “Certamente é um anjo do Senhor tirando foto de mim. Ele sabe o que eu sou e o que estou fazendo!”
No conceito desse homem apavorado, é como se os anjos fossem do “DOPS divino”, fichando tudo o que ele faz para acusá-lo diante de Deus. Por que ele tem tanto medo? São simplesmente raios e trovões – por que ele está preocupado com o DOPS de Deus? É porque sua consciência está incomodando.
Quando pregamos o evangelho, instamos com a consciência do pecador e a incomodamos. É desta forma que as pessoas se convertem, é assim que o Espírito Santo trabalha no coração dos pecadores.
Christian Chen
Extraído do Livro “O Que é o Homem”, ed. Tesouro Aberto
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