O Bom Samaritano
"Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele. E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele." (Lucas 10:33-34)
As Escrituras sagradas ensinam que a vida eterna é obtida unicamente pela fé, independente de obras. No Novo Testamento, encontramos mais de quinhentos exemplos sobre este assunto.
Está escrito em João 3:16, 36; Romanos 10:9-10; 1 João 5:13; “Porque Deus amou ao
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus. Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para a justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus.”
Por outro lado, enfatizamos a verdade de que a fé não é um atributo humano, mas uma dádiva divina. Isto pode ser facilmente constatado lendo os textos de Romanos 10:17 e Efésios 2:8: “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus.”
Certa feita Jesus foi indagado por um doutor da lei. No entanto, este homem queria submeter o Senhor a uma prova: Eis que certo homem, intérprete da lei, se levantou com o intuito de pôr Jesus à prova e disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Lucas 10:25. Observemos que o diálogo entre o intérprete da lei e Jesus começou com a pergunta: Que farei para herdar a vida eterna?
Diante deste questionamento, o Senhor lhe devolveu uma outra pergunta: Então, Jesus lhe perguntou: Que está escrito na lei? Como interpretas? Lucas 10:26.
O que prontamente aquele homem respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Lucas 10:27.
A resposta de Jesus foi surpreendente: Então, Jesus lhe disse: Respondeste corretamente; faze isto e viverás. Lucas 10:28. Segundo as Escrituras sagradas, toda a lei e os profetas estão atrelados intimamente a dois grandes mandamentos: Respondeu Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.
Mateus 22:37-40. Ainda em Romanos 13:8b e 10b: Pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.
O relato bíblico mostra que o intérprete da lei entendia que devia amar a Deus, no entanto, não tinha compreensão de quem era o seu próximo para que pudesse amá-lo: Ele, porém
querendo justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo? É importante que se destaque que o doutor da lei tem agora duas questões pendentes: a vida eterna, e quem era o seu próximo para que ele pudesse amar.
Para responder a pergunta do doutor da lei, Jesus contou a história de um homem em viagem que caiu nas mãos de assaltantes: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó
e veio a cair nas mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto. Lucas 10:30.
A condição deste homem é a mais terrível possível, pois ele se encontra num estado de completa impotência. Devido ao seu estado, ele nem mesmo pôde se arrastar para buscar ajuda, e, se permanecesse ali abandonado, fatalmente iria perecer. Ele, literalmente, precisava ser salvo.
Jesus, então, insere em sua história um sacerdote e um levita. Contudo, ambos, apesar de verem a condição do caído, não ofereceram qualquer tipo de ajuda: Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo. Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo. Lucas 10:31-32. Em outras palavras, nem o sacerdote e nem o levita puderam salvar aquele pobre homem.
Na seqüência do relato, o Senhor fala de um certo homem desconhecido, e não muito bem aceito pelos judeus: Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele. Lucas 10:33. Este estranho viu a condição daquele caído, e aproximando-se dele teve grande compaixão. E esta compaixão se transformou em graça, como constatamos nos textos seguintes: E, chegando-se, pensou-lhes os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele. Lucas 10:34. Podemos dizer que aquele caído foi totalmente salvo por um estranho.
O bom samaritano não somente salvou aquele homem que tinha caído nas mãos de assaltantes, mas também assumiu toda a responsabilidade por ele. A descrição de Jesus em Lucas 10:35 comprova a amor dispensado por aquele samaritano: No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar.
Depois de ter contado esta história, Jesus se volta para o doutor da lei e pergunta: Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores? Lucas 10:36. A resposta não poderia ser outra: Respondeu-lhe o intérprete da lei: O que usou de misericórdia para com ele. Ao que Jesus falou: Então, lhe disse: Vai e procede tu de igual modo. Lucas 10:37.
Precisamos trazer à nossa mente as duas questões pendentes do doutor da lei - a vida eterna, e quem era o seu próximo para que ele pudesse amá-lo. Quando Jesus falou ao intérprete da lei: Vai e procede tu de igual modo, não tinha como intenção que este sabichão da lei vestisse o manto do bom samaritano, mas que ele tomasse os trapos do caído, que ele visse que o seu próximo era aquele que podia salvá-lo. No dizer de Crawford todos aqueles que tentam se salvar por guardar a lei precisam ser trazidos a este lugar de impotência absoluta... O Bom Samaritano não é outro senão Jesus. Ele é o nosso próximo, o único digno de receber o nosso amor.
As Escrituras sagradas nos ensinam que o homem que caiu nas mãos dos salteadores é o pecador. O sacerdote e o levita representam toda sorte de religião, e como vimos no texto, ela é totalmente impotente para salvar o homem. O próximo do pecador é o Senhor Jesus, o único Bom Samaritano. Amar o próximo é amar o seu Salvador. As vida eterna é um presente de Deus, e não algo obtido por fazermos alguma coisa.
A vida eterna não nos é dada porque amamos ao Senhor. Enfatizamos que só podemos amar ao Senhor porque somos possuidores da vida eterna. Lembramos que a vida eterna não é alguma coisa que ganhamos, mas uma Pessoa que habita em nós. No livro de 1 João 5:11-12 está escrito: E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida.
A história do Bom Samaritano nos ensina algumas lições. Em primeiro lugar que o homem é caído. Em segundo, ele não pode fazer nada para se salvar. Em terceiro, a religião é impotente para resgatar o homem.
Em quarto, aprendemos que o Salvador já veio e é o único que pode nos salvar totalmente. Em quinto, a salvação é eterna. Em sexto, uma vez salvos pelo nosso Próximo, Jesus Cristo, o amaremos.
Infelizmente, muitos têm interpretado erroneamente este texto pensando que ele nos ensina a tratar bem as pessoas. No entanto, em nenhum momento, o Senhor Jesus toca neste assunto nesta parábola.
Graças a Deus, pois o nosso Senhor Jesus Cristo é o único Bom Samaritano. A Ele, que é o nosso Próximo, oferecemos o nosso tão pobre amor.
Tomaz Germanovix
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