A Centralidade e a Universalidade de Cristo
...Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. (Mateus 16:16)
...Cristo é tudo e em todos. (Colossenses 3:11).
Para em todas as cousas ter a primazia. (Colossenses 1:18)
... o mistério de Deus, Cristo. (Colossenses 2:2)
... pregamos ...a Cristo Jesus como Senhor. (2 Coríntios 4:5)
Qual é a centralidade de Deus? Qual é o fio que está entretecido através de todas as verdades divinas? Qual é a verdade global de Deus? (...) "O Cristo de Deus" (Lucas 9:20). O centro das verdades divinas é Cristo. A centralidade de Deus está em Cristo — "O mistério de Deus, Cristo", escreveu Paulo.
(...) Quando os homens crêem que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, recebem vida em seu nome (João 20:31). Em si mesmo, quanto ao lugar que ocupa na divindade e de acordo com a obra de Deus, o Senhor Jesus é o Cristo de Deus porque foi ungido por Deus. De eternidade a eternidade, ele é o Filho de Deus. Ele se tornou o Cristo desde o momento em que o plano de Deus foi traçado. O propósito de Deus está centralizado em seu Filho, "para que em todas as cousas tenha primazia"; o plano de Deus também está centralizado em seu Filho para que Cristo seja "tudo em todos" (Colossenses 1:18, 3:11). Deus criou todas as coisas e a humanidade para a manifestação de sua glória.
Hoje em dia os crentes estão manifestando muito pouco de Cristo. Mas um dia todas as coisas manifestarão Cristo porque todo o universo estará cheio dele. Ao criar todas as coisas Deus deseja que todas as coisas manifestem a Cristo. Ao criar o homem deseja que o homem seja como o seu Filho, tendo a vida do seu Filho e participando da glória do seu Filho, para que o Seu Filho Unigênito seja o Primogênito entre seus muitos filhos. Deus criou e redimiu o homem, tudo por amor a Cristo. A redenção foi empreendida com o intuito de alcançar o alvo da criação. Cristo é o esposo e nós a noiva. Ele é a pedra de esquina e nós as muitas pedras vivas do edifício. Deus nos criou para satisfazer o coração de Cristo. Quando percebemos o relacionamento de Cristo conosco, damos graças. Quando percebemos o relacionamento de Deus com Cristo, damos louvores. A centralidade de Deus é realmente Cristo, pois todos os propósitos divinos centralizam-se nele. Temos dois aspectos do propósito divino: 1) que todas as coisas possam manifestar a glória de Cristo e 2) que o homem possa ser igual a Cristo, tendo sua vida e sua glória.
I. Cristo antes da fundação do mundo
Cristo tem a preeminência no plano de Deus
“... que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as cousas, tanto as do céu como as da terra; nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as cousas conforme o conselho da sua vontade (Efésios 1:8-11).
(...) Antes mesmo da criação do mundo, Deus tinha um plano. Este plano foi feito em Cristo e reunirá em Cristo todas as coisas que existem nos céus e na terra. Deus planejou tudo isto por causa da sua vontade, ou para o seu prazer.
Na eternidade passada Deus predeterminou uma casa sobre a qual a segunda pessoa da divindade, o Filho, governará. Deu todas as coisas ao Filho como herança. Todas as coisas são do Filho, por meio do Filho e para o Filho. O Pai planeja, o Filho herda tudo o que o Pai planejou e o Espírito Santo realiza tudo o que o Pai planejou. O Pai é o planejador, o Filho é o herdeiro e o Espírito Santo é o executante.
II. Cristo na criação
Cristo tem a preeminência em todas as coisas e na criação do homem
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as cousas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:1-3). “Estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu” (João 1:10)
O Pai tendo concebido o plano, o Filho o executou. O Pai planeja de acordo com a sua vontade, o Filho aprova e cria e o Espírito Santo energiza para que se realize. O Filho é o criador de todas as coisas, é "o primogênito de toda a criação" (Colossenses 1:15) e tem preeminência sobre todas as coisas. Ele é "o princípio [literalmente, o principal] da criação de Deus" (Apocalipse 3:14). Pois Deus em seu plano eterno predeterminou antes da criação do mundo que o Filho criaria todas as coisas e então se tornaria carne para realizar a redenção (1 Pedro 1:18-20).
Por isso, no plano de Deus, o Filho é o cabeça de toda a criação. O Pai planeja e o Filho cria. E depois que a obra da criação é consumada, toda a criação é entregue ao Filho. A razão da criação de todas as coisas é satisfazer o coração do Filho. Oh! como é grande o nosso Senhor! Ele é o Alfa e o Ômega. Ele é o Alfa porque todas as coisas são dele. Ele é o Ômega, porque todas as coisas são para ele.
III. Cristo na eternidade
Cristo tem a preeminência na eternidade
Após a morte e ressurreição do Senhor, Deus “o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” (Fp 2:9-11). Deus o fez Senhor e Cristo (Atos 2:36) e colocou todas as coisas debaixo de Seus pés (Efésios 1:20-22).
Em Apocalipse 4 e 5 nos é mostrada a cena da ascensão do Senhor após Sua ressurreição, na qual Ele recebe glória e louvor. O capítulo quatro nos mostra o louvor oferecido por todas as criaturas. O capítulo cinco apresenta o louvor levantado para a redenção. Deus quer colocar o inimigo debaixo dos pés do Senhor (Mt. 22:44). Para que isso ocorra, A igreja hoje tem uma grande responsabilidade. Deus espera que a igreja faça este trabalho.
IV. Cristo na redenção
Cristo tem a preeminência na redenção
O plano de Deus tem um duplo objetivo:
(1) fazer com que todas as coisas expressem a glória de Cristo, para que Ele tenha a preeminência em todas as coisas, e
(2) tornar o homem conforme a Cristo, e que você tenha Sua vida e Sua glória.
Colossenses 1 expressa as duas coisas seguintes:
(1) Cristo tem a preeminência em todas as coisas, e
(2) Cristo é o Cabeça da igreja.
Efésios 1 tem estas duas declarações:
(1) Cristo é o Cabeça sobre todas as coisas no céu e na terra, e
(2) a igreja é Sua herança.
Apocalipse 4 e 5 também contêm duas declarações:
(1) o capítulo quatro fala da criação e
(2) o capítulo cinco, da redenção.
Deus criou tudo o que existe para realizar Seu plano. Quando criou as coisas e o homem, tinha como meta que tudo expressasse Cristo, e que o homem se conformasse a Cristo, com Sua vida e Sua glória. No entanto, Satanás se rebelou e tentou impedir isso, fazendo com que todas as coisas saíssem do seu caminho e fazendo com que o homem caísse. Portanto, Deus teve que realizar a redenção para cumprir o objetivo que havia sido proposto com a criação. Como resultado, a redenção que Cristo realizou deve:
(1) reconciliar todas as coisas com Deus, e
(2) redimir a humanidade caída ao conceder Sua vida a ela.
Para resolver este problema, a redenção também deve:
(3) punir a rebelião de Satanás e
(4) remover o pecado do homem.
A redenção que Cristo realizou resolveu essas quatro questões e assim cumpriu o objetivo de Deus:
(1) Ele reconciliou todas as coisas com Deus, e
(2) Ele depositou Sua vida no homem.
Ele também resolveu o problema que havia sido apresentado a Deus:
(3) ele se livrou do rebelde Satanás, e
(4) ele tirou o pecado do homem.
Dois desses aspectos são positivos e dois são negativos.
V. Cristo na vida e experiência cristã
Cristo tem a preeminência na vida e experiência dos crentes, na obra dos crentes e na mensagem cristã
(...) Cristo é nossa vida. Só isto é vitória! Só este é o caminho da santidade! Vida vitoriosa, vida santa, vida perfeita é o próprio Cristo! Do começo ao fim, é Cristo. Fora dele, não temos nada. Cristo deve ter a preeminência em todas as coisas! A vida vitoriosa que Deus nos tem dado não é uma coisa, nem é paciência ou gentileza, mas é o Cristo vivo. Cristo jamais virá suplementar nossa deficiência. Não temos falta de paciência, mas de uma pessoa viva. Deus jamais, por assim dizer, tomará um pedaço da veste de Cristo para remendar nossos rasgões. A falta de paciência fala da falta de Cristo. Pelo contrário, Deus pretende deixar que Cristo tenha preeminência em todas as coisas. Matar o ego não é santidade. Santidade é Cristo. Cristo mesmo deve ter o primeiro lugar em todas as coisas!
Se Deus nos desse poder, isto nos transformaria apenas em pessoas poderosas e não seria Cristo tendo preeminência em nossa vida. Mas sendo Cristo o nosso poder, ele tem o primeiro lugar em nós. A razão por que não temos poder é que não somos suficientemente fracos. Pois o poder de Cristo "aperfeiçoa-se na fraqueza" (2 Coríntios 12:9). Cristo não me torna poderoso; Cristo é o poder em mim! Hudson Taylor viu a verdade da questão na frase "vós [sois] os ramos" (João 15:5). Charles Trumbull, o autor do livrinho "The Life That Wins" (A Vida Vitoriosa) descobriu que Cristo é a vitória. Não preciso recorrer ao poder de Cristo para me ajudar a viver, mas preciso deixar que o próprio Cristo viva em mim! Não é Cristo que me dá poder para ser paciente, mas deixo que Cristo seja "paciente" em mim! "Senhor, permito que ames por meu intermédio!"
Não venço com a ajuda de Cristo, mas deixo que o próprio Cristo vença! Não venço através dele, antes, ele vence através de mim. Com fé eu me entrego ao Senhor e deixo que ele viva a sua própria vida através de mim. Eu não vivo com a ajuda de Cristo, mas "Cristo vive em mim" (Gálatas 2:20). Eu vivo pela vida de Cristo e também vivo "pela fé do Filho de Deus" (Gálatas 2:20, Darby). Quando cremos e recebemos o Filho de Deus, não só a sua vida mas também a sua fé entra em nós. Por isso podemos viver pela sua fé.
Cristo é vitória! Cristo é paciência! Não precisamos de paciência, ou mansidão, ou amor, — só de Cristo. Ele deve ter preeminência em todas as coisas. Cristo vive a paciência, a mansidão e o amor através de nós. O que merecemos, senão a morte? Não servimos para nada. Quando Deus criou Adão, deu-lhe uma ordem a cumprir. Mas Deus não nos recriou do mesmo modo. Antes, ele nos coloca no lugar da morte, enquanto ele mesmo vive a sua vontade em nós. Não só deveríamos perceber que há um Salvador que morreu em nosso lugar no Calvário, mas muito mais, perceber que ele mesmo vive em nós e por nós agora. Ele foi feito por Deus a "nossa sabedoria": para ser tanto nossa "justiça" no passado a fim de sermos salvos, nossa "santificação" no presente a fim de vivermos uma vida santa como nossa "redenção" no futuro a fim de que nosso corpo seja redimido (1 Coríntios 1:30). Assim, ele realmente tem a preeminência em todas as coisas!
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