Nossa Necessidade Consciente
*Nossa Necessidade Consciente* (Continuação)
“mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.” (1 Co 1.23-24 ara)
"... foi crucificado com ele [Cristo] o nosso velho homem." (Rm 6:6)
Potencialmente é uma operação concluída. Judicialmente, como crentes estamos mortos em Cristo no sentido ético. Assim o Pai nos julga. Não podemos tampouco acrescentar nem tirar de uma obra divinamente consumada.
Na Cabeça Federativa da nova raça, aqueles que nascem deste Segundo Homem estão crucificados. Se você é alemão ou francês, certos hábitos mentais, certo temperamento da alma são inevitáveis. Se você é cristão, uma vida crucificada é inevitável. A Igreja não nasceu do ventre Eterno até que na cruz aquela vida tivesse sido gerada.
Para esse propósito Jesus veio. Sua morte não foi um mero acidente. Ele foi "morto antes da fundação do mundo" (Ap 13.8).
Sua morte não foi simplesmente a de um mártir. "... porque dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou" (Jo 10.17-18). "Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me
desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora" (Jo 12.27). Na verdade, Sua morte não foi uma reflexão tardia, mas o incidente de realização indispensável para a geração de uma Igreja crucificada. Um Cristo crucificado para que Ele pudesse ter seguidores crucificados.
Mas, repito, precisamos escolher. Se for para o espírito de Cristo florescer em nós na plenitude do seu esplendor para que alcancemos a medida da estatura do Varão Perfeito, precisamos, por meio de um ato voluntário, nos render àquela que já é potencialmente a nossa posição diante de Deus: a identificação com a cruz de Cristo. Devemos, com base na cruz, e na nossa unidade com Cristo na morte, recusar a "velha vida". (...)
Precisamos não apenas recusar a "velha vida" em um momento sublime de rendição, quando a verdade da nossa união com Cristo explode dentro de nós, mas devemos fazê-lo persistentemente, a cada momento em que a natureza queira se reempossar. Precisamos fazê-lo tão persistentemente e tão habitualmente da mesma maneira que, por assim dizer, taparíamos o nosso nariz para o fedor de um beco imundo onde devemos passar diariamente. Por um lado, você alcança isso definitivamente em uma posição que inteligentemente assume, pois está enxertado no Tronco do Eterno Cristo, cujo "processo intermediário da morte e ressurreição" você compartilha; mas por outro lado tudo é mantido na confiança divina para que você possa, como um agente moral livre, escolher, e escolher novamente, e continuar a escolher.
Qual é o seu desejo? A Vida Divina que flui como um grande rio de vida do Trono e do Cordeiro? Então você precisa recusar a sua própria vida. Ela foi corrompida pelo pecado. Separe-se dela colocando-se na morte de Cristo. Receba a cada momento da vida celestial. Faça isso, e será mais do que vencedor. Faça isso, e não se angustiará mais para desempenhar um papel, procurando imitar a Cristo; você caminhará inteiramente inconsciente, espontaneamente, como Jesus caminhou. Você não poderia se parecer com nada além d'Ele, compartilhando, quando assim o faz, da Sua morte e da Sua ressurreição. Será algo fácil, algo jubiloso, algo encantador - como os jogos infantis.
Agora é natural para você ser cristão, pois foi feito um participante da natureza divina.
(...)
F. J. Huegel
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