Uma advertência quanto às tradições impostas
Claramente, um preceito criado para uma ocasião, que se torna uma tradição de cumprimento obrigatório, e que posteriormente deve ser obedecido por todos, é maligno. Claramente, um credo formulado para uma determinada hora e que, sendo cristalizado, passa a dominar o pensamento de homens de épocas posteriores, é uma maldição. Claramente, qualquer forma de adoração ou qualquer modo de organização da igreja que serve para as exigências de uma determinada época, mas que se torna um estereótipo que aprisiona para sempre a mente e a alma dos homens, torna-se algo maligno.
Os homens somente se submetem a tais coisas quando não mais mantêm seu relacionamento direto com Deus. Nenhuma alma se submeterá a interpretações humanas parciais se estiver vivendo em comunhão direta com Deus.
A igreja de Deus, como um corpo, com os irmãos coletivamente vivendo em comunhão com o Senhor, o Cabeça, que tem vida, conhecendo a sua verdade, a sua justiça e o seu poder, jamais se permitirá ficar subjugada a mestres humanos ou a artifícios arquitetados por burocratas humanos. Constantemente, temos visto igrejas, parte do corpo de Cristo, serem danificadas em menos de dez anos por viverem segundo tradições de homens. O primeiro passo da alma no caminho de submeter-se ao jugo da tradição é dado quando essa alma se afasta da comunhão com Deus — comunhão pessoal, direta e de primeira mão.
Nenhum homem, nenhum grupo de pessoas, nenhuma igreja que esteja em verdadeira comunhão com Deus permitirá que o seu procedimento seja moldado por um estereótipo, ou confundirá forma com poder, ou vida com seu método de expressão. A vida pode mudar a sua forma de expressão, de acordo com as diferentes circunstâncias e as necessidades que surgem.
Consequentemente, não posso contender com meus irmãos que não seguem minhas convicções no que se refere à expressão prática da vida da igreja. Não devo, de modo algum, permitir que qualquer prática da igreja me domine quando essa prática interfere em minha relação com a vida em Cristo Jesus, o Senhor. Creio que tal princípio aplica-se a todo e qualquer tipo de ordem de culto que já tenha sido proposta para regulamentar a adoração dos santos, independentemente do uso de vestimentas iguais ou não, ou da maneira de falar adotada.
Evangelho de Marcos
Campbell Morgan
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