A vida do Eu é morte; A morte do Eu é vida

 

 "...eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado…”(Rm 7:14b)

“Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” (Gl 2:19b-20)

 "Porquanto, para mim, o viver é Cristo..." (Fp 1:21)

 

“Quando o homem pecou e caiu, afastando-se de Deus, ele perdeu também as duas abençoadas verdades nas quais se apoiava sua relação com Deus: sua fidelidade santa para com Deus, tendo todas as coisas para ele, e sua abençoada dependência de Deus, tendo todas as coisas por meio dele. Em seu lugar veio o reino do eu, o homem passou a viver para o eu e por meio do eu. Jesus veio nos redimir dessa vida do eu para nos levar de volta para Deus, para que pudéssemos conhecê-lo e honrá-lo como Deus e Pai, "por cuja causa e por quem todas as coisas existem".¹

"Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim." (Jo 14:6)


Participantes da Cruz - Tanto uma posição como um Processo


“É ao mesmo tempo uma posição definitivamente tomada por um ato de fé, na qual o crente se entrega à posição que Deus lhe designou na morte do Seu Filho, e um processo de crescimento no qual o crente se apropria segundo a sua necessidade, uma vida cada vez mais profunda de comunhão com a morte do Salvador. Paulo disse que desejava conhecer a Cristo e o poder da Sua ressurreição... sendo feito conforme a Sua morte (Fp 3.10). Tudo está resumido no grande paradoxo do Evangelho: "Aquele que perder a sua vida achá-la-á”.

Não é, com certeza, que haja qualquer anulação da personalidade envolvida. Muito pelo contrário. Paulo não era menos Paulo depois da compreensão da sua unidade com Cristo na morte, expressa naquela assombrosa declaração da Epístola aos Gálatas: "Estou crucificado com Cristo". Ele podia, com infinitamente mais direito, dizer: "... e esse viver que, agora, tenho na carne..." (Gl 2.20). Uma vez que a cruz retira a "vida do eu" para que a alma se torne centrada em Deus, a personalidade, em toda a sua glória e no pleno gozo dos seus poderes, começa a se desenvolver. Somente podemos possuir a nós mesmos quando Deus é supremo em nossa vida.”² 


*Eu quero deixar com você uma simples e singela verdade*


*Não há caminho para a vida exceto pela morte (2 Co 4:10);

Não há caminho para o poder exceto por meio da fraqueza e quebrantamento (2 Co 12:9-10)

Não há caminho para a plenitude exceto por meio do esvaziar (Jo 3:30; Fp 2:5-8);

Não há caminho para o pleno frutificar exceto por meio do podar (Jo 15:2);

Não há caminho para a exaltação exceto por meio da humilhação (1 Pe 5:6);

Não há caminho para o trono exceto se sua vida for lançada por terra (Fp 2:5-9);

Não há caminho para conhecer a glória de Deus em plenitude exceto por meio da comunhão de seus sofrimentos (Fp 3:10-11).

*A chave verdadeira para a vida transbordante, para a vida mais abundante, a vida de ressurreição, não é quanto eu vivo, mas quanto eu morro.*

Assim, *o problema não é como viver a vida cristã; o problema é como morrer.*

*Se você tiver o segredo de morrer com Cristo, você não terá de aborrecer a mente sobre como viver a vida cristã...*”³


(¹ Andrew Murray; ² F.J.Heguel; ³ Lance Lambert)

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