O Pecado da Individualidade

 

Um estudo da biografia dos cristãos revela o fato de que os grandes santos da Igreja (e uso esse termo em seu sentido bíblico, como descritivo de todos aqueles que viveram realmente em e para Cristo) experimentaram, com poucas exceções, o que alguns chamaram de "uma segunda obra da graça". Chegou um momento em que eles almejaram uma participação mais plena na vida de Deus. Podemos chamar isso de santificação; outros

deram ênfase ao aspecto do descanso, e chamam de "descanso

da fé". A ênfase moderna parece ser sobre os aspectos vitoriosos

- é a Vida Vitoriosa. Ou poderiamos chamar isso de Vida Abundante. Seja o que for a experiência cristã não estará presa a terminologias -, o fato é que, mais cedo ou mais tarde o cristão é despertado para um sentido do pecado da "individualidade". Não há nenhuma razão, bíblica ou outra qualquer, para que os cristãos não devessem, imediatamente depois da conversão, ser conduzidos a essa etapa, mas os fatos indicam que eles normalmente vagam durante alguns anos no deserto de uma afei-

ção dividida antes de entrar na terra que mana leite e mel.

Mais uma vez, é o Espírito Santo que opera no crente a convicção do pecado de um coração dividido. Ele mostra ao crente quão tragicamente a vontade própria frustrou o propósito de Cristo de conduzi-lo à plena união com Ele. Ele revela com

torturante precisão e clareza esmagadora as consequências terríveis da "vida do ego" em sua inimizade com Cristo e o seu poder para abafar a vida do espírito. Ele mostra ao crente a duplicidade do seu caminhar, a vergonha de uma piedade vazia, o escárnio de uma devoção superficial a Cristo. O crente passa a perceber que está de novo crucificando a Cristo pela sua avidez ao prazer, pela sua ganância pela excitação e sua paixão por si mesmo. Ele vê que, embora tenha sido arraigado em Cristo, ainda está extraindo muito das velhas raízes. Ele vê quão turva é a corrente da sua vida, o quanto manchou as águas, o quanto o mau cheiro da "vida do ego" arruinou o perfume das flores que cresceram ao seu lado. Ele começa a entender Romanos 7. Ele também poderia ser liberto. O clamor secreto do seu coração também se torna: "Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?".

Isso marca uma crise. Chegou a hora de uma nova revelação do alcance e da eficácia da obra redentora de Cristo. Os olhos do crente precisam ser agora abertos para o significado dos aspectos mais profundos da cruz de Cristo.

F.J.Huegel

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PÉROLAS CRISTÃS

AUDIOBOOKS

MEDITAÇÕES