Simão, Simão! - O Duplo Chamamento (Cont.)
“Simão, Simão”
Mas precisamos também ouvir “Simão, Simão” o qual está relacionado à vida natural. Por meio da experiência de Simão, que passou a ser chamado de Pedro, vemos quão forte é a vida natural.
Quanto Pedro confiava em si mesmo, julgando que nunca cairia! Por ter a si mesmo como centro, como padrão, ele era muito forte e confiante em sua vida da alma. Quando negou por três vezes ao Senhor, Pedro estava esquentando-se próximo a um braseiro (Jo 18.18). É interessante que a palavra grega traduzida como braseiro aparece apenas duas vezes na Bíblia, e em ambas há três manifestações de Pedro em relação ao Senhor. Na primeira, como dissemos, ele negou o Senhor por três vezes, afirmando, com imprecações, que não O conhecia, na segunda vez numa cena providenciada pela soberania de Deus Pedro é perguntado três vezes sobre seu amor pelo Senhor.
Pedro e os outros haviam pescado durante toda noite, mas nada haviam apanhado. Ao voltar para praia, o que encontraram? Ali, na terra, havia peixe preparado para eles pelo próprio Senhor. Eles queriam peixe e não estavam pensando em pão, mas o Senhor lhes havia preparado pão e peixe. Peixe é a riqueza do mar, pão é a riqueza da terra; portanto, o Senhor lhes havia preparado na praia todas as riquezas. E a Bíblia registra que tudo isso estava em braseiro (21.9). Porque o Senhor preparou aquelas brasas? Porque outrora Pedro O havia negado três vezes também diante de outro braseiro. Agora, diante de outro braseiro, ele declara por três vezes seu amor ao Senhor.
Nosso Senhor salvou Pedro de sua vida natural, no auge de sua vida natural, na maior demonstração de força de sua vida natural, ele declarou, “De nenhum modo [eu] Te negarei” (Mt 26.35) Toda vez que falava, Pedro começava do eu. Mas a cruz começou a fazer uma obra profunda nele. Pedro caiu e caiu totalmente. Ele foi derrubado pela cruz, e agora não é mais como antes. Antes ele falava começando com “eu”, mas agora ele diz: “Senhor, Tu sabes que Te amo”. Começa com Tu, não mais com eu. Agora, o que importa não é mais a Voz de Pedro, mas a voz de Cristo: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Esse é, portanto o significado de “Simão, Simão”. (...)
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