Saulo, Saulo! - O Duplo Chamamento (Cont.)

 “Saulo, Saulo”


Por fim temos “Saulo, Saulo”, que representa a visão natural. Antes de Saulo ser salvo, ele era uma pessoa de três mundos. Na cruz do Senhor havia uma epígrafe escrita em três línguas, latim, hebraico e grego. O latim representa o mundo político e militar de Roma, o hebraico representa o mundo religioso dos judeus e o grego representa a cultura da civilização grega. Somando o mundo militar ao político, ao religioso e ao cultural, temos a totalidade do sistema de Satanás chamado de mundo. Portanto, quem crucificou o Senhor Jesus? Foi o mundo; foi o mundo que disse: “Crucifica-o! crucifica-o!”, “Elimina-o! Elimina-o”.


Saulo era um homem absolutamente mundano. Ele era “hebreu de hebreus” (Fp 3.5). Ele era excelente no mundo hebraico. Ele cresceu na cidade de Tarso, que era uma cidade universitária. Isso liga à cultura grega, além disso, ele era um cidadão romano. Portanto, o mundo que Saulo abraçava era composto por estes aspectos, os quais haviam crucificado o Senhor.


Por isso, não é de estranhar que, antes da sua conversão, ele perseguisse os filhos de Deus. De acordo com Deuteronômio, “o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus” (21.23). Assim, uma vez que o Senhor Jesus havia sido pendurado no madeiro, ele não poderia ser o Messias, pois, era um maldito. E aqueles que O seguiam também malditos. Essa atitude era determinada por seu forte envolvimento com o mundo religioso. Os três mundos estavam representados em Saulo.


Como outrora o mundo havia crucificado o Senhor Jesus, agora, por meio desse seu grande representante queria também colocar Seus seguidores na cruz.


Então Saulo, tomando cartas dos lideres judeus em Jerusalém foi para Damasco a fim de prender os cristãos dali. Ele era ambicioso e tomado pela visão mundana do sucesso. Por causa disso, ele não conseguia, por exemplo, perceber que Israel estava sob o domínio do império romano e ocupando apenas uma pequena porção de terra que Deus havia prometido a Abraão. Ao ler o livro de Atos, veremos que era capaz de citar um poema grego enquanto pregava. Isso mostra como aquela cultura realmente o dominava.


Por um lado, ele havia permeado pela Palavra de Deus do Antigo Testamento, mas sua visão era mundana: ele conhecia a cultura Grega e sabia que os romanos eram muito práticos. Por isso afirmou que “os judeus pedem sinais, como os Gregos buscam sabedoria” (1CO 1.22). Portanto, para os gregos a cruz era sinal de estupidez, enquanto para os judeus, de fraqueza. Mas, para Paulo, Cristo crucificado era “poder de Deus e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens: e a fraqueza de Deus é mais forte que do que os homens. (vv 24, 25)”. [Aleluia!]


Essa é a mensagem da cruz


Paulo declarou aos Corintios; “decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e Este crucificado” (2.2). Ele disse isso tendo em vista o que o conhecera do mundo, por saber o que queriam os gregos e os judeus. Eles queriam, mas, não alcançaram, pois desprezavam a cruz, e a cruz era exatamente o que eles precisavam.


Antes de sua conversão, Paulo era uma pessoa cheia de visão mundana. Mas graças ao Senhor, no caminho de Damasco, uma grande luz do céu brilhou ao seu redor e ele ficou cego. Seus olhos tinham contato com o mundo de então; eram olhos penetrantes, que lhe traziam todas as informações de que precisava para solidificar mais e mais sua maneira de ver as coisas.


Deus, então o cegou para o mundo e, desde então seus olhos tiveram problema. Eu, pessoalmente creio que, por que aquela luz foi muito forte, Paulo tenha contraído catarata; por isso, aos gálatas ele escreveu: “Vede com que letras grandes vos escrevi” (6.11). Eu já tive catarata: por causa dela vê-se o mundo todo nublado.


Assim sendo, desde aquele dia, o mundo tornou-se nublado para o jovem perseguidor da igreja. A partir daquela voz: “Saulo, Saulo” o Senhor salvou-o da visão mundana, pois aprouve a Deus revelar Seu Filho nele (Gl 1.15,16). Seus olhos físicos estavam cegos, mas, seus olhos interiores se abriram. Ele conheceu Cristo e Sua Cruz. Antes quando via, ele era, na verdade, cego, pois achava a cruz uma tolice; achava que a cruz era um sinal de fraqueza, pois ele abraçava o entendimento do mundo romano e do grego. Ambos os povos haviam negado ao Senhor Jesus e perseguiam seus seguidores.


Paulo era cego, ele não via; mas quando ficou cego no caminho de Damasco, quando viu o Senhor da glória, interiormente Deus lhe abriu um novo mundo, e este novo mundo é uma pessoa! Ele encontrou Cristo! Aleluia, agora ele via! Aquela cruz que ele desprezava, aquela cruz que para ele era fraqueza, aquela cruz que ele julgava tola, agora ele viu que ela representava a sabedoria e o poder de Deus.

Oh irmãos e irmãs, que maravilhoso é o chamamento de “Saulo, Saulo”! Por um lado, seus olhos foram cegados, por outro, eles se abriram. O chamamento da Cruz fez com que seus olhos cegassem; o chamamento da vida fez com que seus olhos interiores se abrissem. Portanto “Saulo, Saulo” significava que Deus quer nos salvar da visão natural.


“Marta,Marta”, “Simão, Simão” e “Saulo ,Saulo” somados indicam o quanto Deus quer nos salvar de nós mesmos. Nosso ego é o homem natural, que, ao manifestar seu fervor, é representado por Marta; ao manifestar sua força e vida, é representado por Simão, e ao manifestar sua visão, é representado por Saulo. O que Marta, Simão e Saulo representam são três grandes obstáculos para o crescimento da vida, e a cruz tem de eliminar todos eles. Por que hoje o testemunho de Deus está em desolação? Porque muitos não ouviram “Marta, Marta”, muitos não ouviram “Simão, Simão” muitos não ouviram “Saulo, Saulo”.


Christian Chen 
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Fonte: http://adorandonanet.blogspot.com/2014/06/texto-o-duplo-chamamento-christian-chen.html?m=1


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