A Grande Necessidade da Igreja
Que a Igreja possa ver esta sublime verdade! Ela tem desfrutado de cinquenta por cento da redenção porque não percebeu as implicações da cruz. Ela não tem estado disposta a mor-
rer com o seu Senhor. Ela não "se apropria das suas possessões" porque não aprendeu a se considerar morta para o pecado. Ela ainda está debaixo da escravidão da "carne, do mundo e do diabo" porque não creu no seu Senhor, que repetidas vezes, pelos preceitos e pelos exemplos, e finalmente pela profundeza do Seu autoesvaziamento no Calvário, procurou inculcar o elevado princípio da autorrenúncia.
Ela não tem acreditado que a vida eterna só pode ser achada por meio de uma completa renúncia da "velha vida". Ela procurou imitar o seu Senhor - na energia da "vida da carne
reproduzir o Seu caminho. Ela não estava disposta a reconhecer sua completa incapacidade nesse sentido e abrir mão da sua própria vida para se tornar participante da vida celestial.
Ela não pode transmitir a vida para um mundo morto porque viola o seu pacto. Aquele pacto que foi feito no Calvário. É um pacto de morte. Cristo mostrou o caminho, Ele nos convidou
para segui-lo. Uma união eterna profunda, um enxerto da alma em Cristo, uma grande fusão de interesses, propósitos, aspirações, de tudo, deve ser consumada. Este é o Evangelho. Mas Deus, em termos muito inconfundíveis, muito eloquentes, muito
elevados, muito provocantes para que todas as eras, todas as raças e todas as gerações não falhem em compreender o significado, tem revelado sobre que base essa união pode ser realizada. É por meio da cruz de Cristo. A "velha vida" deve desaparecer e na pessoa do Filho do Homem ser exterminada. Mas a Igreja não está sujeita ao fogo consumidor do Rádio do Gólgota.
Por essa razão, está impotente neste importante tempo em que uma crise mundial, não apenas econômica, mas moral, está sobre nós.
É uma tolice falar de reavivamento sem uma participação profunda na cruz. Os líderes cristãos se tornaram suspeitos.
Dificilmente um deles ousa falar de reavivamento. E a Igreja faz bem em manter-se à distância de todo evangelismo de charlatões. Todo reavivamento na Igreja que provenha da "vida da carne", isto é, da vida meramente natural, que é ocasionado por uma mera operação da "vida da alma", que falha em cortar a "velha vida" e conduzi-la ao lugar chamado Calvário para execução é falso. Se Deus participasse de tais reavivamentos e tais
reuniões, notáveis pelo seu fogo estranho (dois dos filhos de Arão perderam sua vida por introduzirem fogo estranho nos cerimoniais de oferendas dos israelitas), se, repito, Deus colocasse o selo da Sua aprovação sobre tal fogo falsificado, iria Se constituir um inimigo da cruz. Ele seria antagônico ao Filho. Ele estaria reanimando o que Cristo matou. Saul poderia se recusar a acabar com Agague, mas Samuel não. "... a carne para nada aproveita", "... foi crucificado com ele [Cristo] o nosso velho homem", "E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências."(...)
Que a Igreja possa alcançar uma nova visão do Calvário e venha a apreciar o significado dos aspectos mais profundos da cruz! Que os cristãos possam perceber que o objetivo de Cristo foi o de acabar, por assim dizer, com a "velha criação", levando o homem (Cristo era o Filho do Homem) para a sepultura para destruir o "corpo do pecado", pondo fim à "velha vida", e então gerá-lo no poder da ressurreição, impregnado com a dinâmica da vida celestial!
(F.J.Huegel - Fragmento do livro: “Osso do Seu Osso” do cap.3)
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