Cristianismo

 


"E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo."

(Mateus 3:17)


O cristianismo possui algo que o torna muito mais do que uma simples religião ou idealismo. Não é uma técnica e nem um método, e também não está fundamentado no cumprimento de princípios morais e éticos. É alguma coisa que faz dele uma experiência relevante para cada um de nós. O que torna o cristianismo tremendamente significativo é o seu conteúdo. É uma Pessoa, Cristo, que forma o real conteúdo da fé cristã, e não um conjunto de doutrinas.

Observemos o texto a seguir: “Então, lhe deram o livro do profeta Isaías e, abrindo o livro, achou o lugar onde estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor. Tendo fechado o livro, devolveu-o ao assistente e assentou-se; e todos na sinagoga tinham os olhos fitos Nele. Então, passou Jesus a dizer-lhes: Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir.” (Lucas 4:17-21).

É maravilhoso pensarmos neste cenário: O Senhor Jesus lendo uma passagem das Escrituras Sagradas que falavam Dele mesmo! Tratava-se de uma profecia dada a seu respeito, aproximadamente, sete séculos antes de sua vinda a este mundo. Este quadro nos revela algo precioso, pois o próprio Senhor Jesus era o Mestre, o ensinamento e a própria realidade das palavras registradas no livro de Isaías.

Sabemos que todo o Velho Testamento se constitui numa sombra do Novo. Toda lei, todos os profetas e os Salmos apontam para uma única direção: a pessoa bendita de Cristo Jesus. No mesmo livro de Lucas 24:44 lemos: “A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.” Toda a revelação que Deus tinha para o seu povo cumpriu-se cabalmente na pessoa de seu Filho. Não há mais novas revelações a serem acrescentadas, pois em Hebreus 1:1-2 lemos: “Havendo Deus, outrora falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.”

O apóstolo Paulo, escrevendo aos irmãos em Filipos testifica: "Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro.” Filipenses 1:21. A experiência do apóstolo da graça girava em torno de trinta anos de caminhada cristã. As suas palavras são significativas, pois testificam a sua compreensão de cristianismo. Para o apóstolo, Cristo estava presente em todo seu pensar, em seu agir, no seu falar, enfim Cristo era o Seu tudo. Numa força de expressão, podemos dizer que Paulo "respirava a Cristo". Ele conclui o seu pensamento dizendo que, para ele o morrer era lucro, pois a única vida digna de ser vivida era a de Cristo.

O mesmo apóstolo nos dá uma precisa definição de cristão. Ela está registrada no livro de 2 Coríntios 12:2a: “Conheço um homem em Cristo.” Cristão é aquele que está em Cristo. E o que significa isto? Implica numa identificação, numa união perfeita e vital do homem com Cristo. As Escrituras ensinam que fomos unidos com Cristo, tanto em sua morte como em sua ressurreição. Enxergamos esta dupla verdade lendo Romanos 6:5: “Porque, se fomos unidos com Ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição.”

A nossa união com Cristo implica em experimentarmos os plenos efeitos de sua morte, bem como os de sua ressurreição. Cristo conquistou e derrotou, através de sua morte, todos os inimigos. Na cruz, o Senhor Jesus venceu o diabo, o pecado, o velho homem, a morte, as doenças, o ego, etc.... Atentemos para as palavras de vitória expressadas pelo Redentor, ainda na cruz: “Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito.” (João 19:30b). Estas palavras denotam que não há, absolutamente, mais nada para ser feito.

Aquele que se humilhou em grau máximo está agora, exaltado no mais elevado trono do universo. Lemos no livro de Filipenses 2:8-11: “A si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu um nome que está acima de todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus Pai.”

Existe apenas um único vencedor neste universo, e o seu nome é Jesus. A Palavra de Deus não ensina que os cristãos são vencedores, mas enfatiza em Romanos 8:37: Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. A posição dos santos é maravilhosa, pois não há mais a necessidade de lutar para se conseguir aquilo que já foi dado gratuitamente. Isto é graça. No entanto, precisamos nos apropriar da vitória que Cristo já alcançou por nós. De que modo? Crendo Naquele que é a própria fonte de nossa suficiência. Ele jamais falhará com as suas promessas.

Cristianismo é afirmar com convicção: “Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.” (Gálatas 2:20a).

Prestemos a atenção no fato de que, não somente os efeitos de Sua morte devem operar em nós, mas também a Sua vida ressurreta deve se expressar nos santos.

Vejamos algo na experiência do próprio Senhor Jesus. No livro de João 6:57 está escrito: “Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá.” Na parte inicial do texto encontramos Jesus afirmando que Ele vive pelo seu Pai, ou seja, o Salvador está dizendo que a vida que Ele expressava era a vida de seu pai. Entre ambos, havia uma perfeita unidade. Tão perfeita era esta união

que, olhar para Jesus implicava em ver o Pai; tocar a compaixão de Jesus significava tocar a compaixão do Pai; experimentar o amor e graça do Senhor era desfrutar do toque do Pai celestial.

Podemos constatar isto lendo João 14:7-11: “Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também o meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto. Replicou-lhe Filipe:

Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: 

Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras.”

Estas palavras do Senhor são surpreendentes!

Porém, na continuação do texto de João 6:57 encontramos algo que toca os regenerados: “Também quem de mim se alimenta por mim viverá.” Assim como o Senhor Jesus vivia totalmente dependente de seu Pai, do mesmo modo o santo deve viver, numa total

dependência da vida de Cristo que está em seu espírito.

O texto a seguir demonstra o modo pelo qual o Senhor vivia pela vida de seu Pai: “Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz.” (João 5:19). O que é isto, senão uma total dependência?

No que concerne aos santos, as palavras de Jesus são fortes: Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. (João 15:5). Há uma união de vida entre o ramo e a videira. O ramo está

ligado na videira para produzir frutos. Não qualquer fruto como: maçã, goiaba ou banana, por mais doces que sejam; mas espera-se que o ramo da videira produza uvas. Para

tanto, basta que o ramo permaneça na videira, a frutificação será consequência.

Irmãos, fomos ligados no Senhor pelo novo nascimento. Fomos enxertados em Cristo, em sua morte e ressurreição. A nossa velha vida já foi crucificada no Salvador, agora, é a vida de Cristo que deve fluir nos novos nascidos. No entanto, assim como Ele era totalmente

submisso ao seu Pai, fazendo sempre a vontade Dele, Ele requer dos seus uma obediência incondicional. Ele deseja que vivamos em sua total dependência para o expressarmos

e gozarmos o tudo Dele.

Por isso, a necessidade da operação da cruz no salvo. Apesar de regenerados em nosso espírito, a nossa alma precisa ser ganha plenamente para o Senhor Jesus.

A nossa vontade, mente e emoções precisam ser conquistadas para Cristo. Uma vez ganhos para o Senhor, podemos expressar o bom perfume de Cristo. Vazios de nós

mesmos, sem esforço algum, iremos manifestar o amor Daquele que deu a sua vida por nós. Repletos da vida de Cristo, o nosso amor pelos irmãos será incondicional.

Damos graças ao Senhor, porque Ele mesmo que começou boa obra em nós, irá completá-la até aquele Dia. Ele arranjará todas as circunstâncias necessárias para nos

quebrantar, para nos vencer, e por fim, nos conquistar para sermos totalmente Dele. Pergunta para os santos: Estamos dispostos a ser tratados por Deus?

Tanto individualmente, como coletivamente fomos chamados para expressar a gloriosa pessoa de Cristo Jesus. Ele é o fundamento do cristianismo. O Pai celestial busca ver o seu amado Filho em cada um de nós, e também em sua Igreja, pois somente em seu Filho, Ele

tem todo o seu prazer. Meus irmãos, que o Senhor tenha misericordia de nós!


Tomaz Germanovix


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