Uma Nota Sobre Jonathan Edwards
Jonathan Edwards (1703-1758), o maior teólogo da América, escreveu seu Tratado sobre Afeições Religiosas tendo como pano de fundo o Grande Despertamento, o equivalente americano do que os britânicos chamam de O Avivamento Evangélico. O próprio Edwards teve um papel de destaque no Despertamento, como pastor de uma igreja Congregacional em Northampton, Massachussetts. O anseio de Edwards em diferenciar a experiência religiosa verdadeira da falsa resultou de sua preocupação pastoral no contexto de avivamento. Pregou uma série de sermões sobre I Ped. 1:8 tratando do assunto, em 1742-1743. O Tratado resultou da revisão do texto desses sermões para publicação em 1746. Edwards teve que lutar em duas frentes. Por um lado, tinha que argumentar contra aqueles que descartavam todo o avivamento como histeria irracional; por outro, tinha que argumentar contra aqueles que pareciam pensar que tudo o que aconteceu no avivamento era "de Deus", não importa quão estranho, extremista ou desequilibrado isso fosse. Essas duas posições antagônicas parecem familiares? Em sua tentativa de traçar um caminho intermediário entre esses extremos, a um tempo similares e opostos, Edwards confrontou-se com uma série de questões fundamentais: o que significa ser cristão? Seria o cristianismo um assunto meramente intelectual? E os desejos, sentimentos e experiências? O que é conversão? Como sabermos se as pessoas foram convertidas? Até que ponto devemos testar uma conversão aparente, para verificar se é real? Qual o papel da certeza da salvação na experiência cristã? Que experiências religiosas devem ser incentivadas e quais devem ser desencorajadas? Como podemos testar a sinceridade e veracidade de nossa fé? Quais os sinais de hipocrisia e desencantamento religioso? Talvez não estejamos vivendo em meio a um avivamento, porém essas questões e as respostas dadas por Edwards são profundamente relevantes a nós hoje em dia. Sentimentos e experiências talvez nunca tenham sido tão enfatizados e procurados com tanto anelo como estão sendo entre os cristãos de nossa geração. Os resultados muitas vezes têm sido espiritualmente desequilibrados, sem discernimento e prejudiciais. Como reação, alguns já retrocederam a uma ortodoxia dura, fria e seca, vendo qualquer coisa "emocional" com profunda desconfiança. Em Edwards encontraremos "um guia para o perplexo" - uma voz de sã clareza bíblica e espiritual para nos guiar, com segurança pela emaranhada confusão contemporânea nessa área crucial.
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