UM PASSO DE CADA VEZ
“Ouve o conselho e recebe a instrução, para que sejas sábio nos teus dias por vir. Muitos propósitos há no coração do homem, mas o desígnio do SENHOR permanecerá”
(Provérbios 19:20,21).
Acredito que, ao nos guiar, Deus lida conosco como lidou com os israelitas quando os conduziu para fora do Egito. O primeiro passo, que foi cruzar o Mar Vermelho, foi muito fácil. A direção não poderia ser mais simples: o vento oriental dividiu o mar antes que o povo o cruzasse. Nem um pé foi molhado, exceto por algum borrifo de água dirigido pelo vento. Além disso, foi impossível desobedecer aquela direção pela maneira que a situação aconteceu, uma vez que eles estavam sendo perseguidos pelos carros do Faraó e seus cavaleiros (Êxodo 14).
Mas como foi diferente na segunda ocasião! Sem a menor prova visível de que eles estavam fazendo a coisa certa, os sacerdotes tiveram que entrar para dentro da forte corrente do Rio Jordão inundado e permanecer firmes ali. Era uma ordem passível de zombaria. Que visão foi aquela para os demais! Somente quando eles obedeceram aquela direção e carregaram a arca para dentro do rio, foi que a água começou a retroceder diante deles (Josué 3).
Assim também acontecerá conosco à medida que seguirmos com o Senhor. Nós seremos chamados repetidas vezes para andar diretamente adentro de nossos próprios “rios”, quaisquer que eles sejam, e para molhar nossos pés neles. Poderemos ser chamados a fazer algo que ninguém compreenderá, exceto aqueles que também tiverem recebido a mesma palavra de direção e, em conjunto com ela, Sua promessa.
Mas, compreenda: A palavra precisa ser recebida primeiro e então Sua promessa. Nós precisamos estar certos do que fomos chamados a fazer, com uma convicção interior que nada absolutamente possa abalar. Em meu próprio caso, posso afirmar que por diversas vezes precisei molhar meus pés na água. Apenas Deus e aqueles que precisaram andar nessa trilha sabem quão difícil esse tipo de vida de fé pode ser, mas Ele sabe. Quando o povo ao nosso redor, que não ouviu as palavras e a voz que nós ouvimos, apenas diz: “está trovoando…”, Ele se aproxima e nós O conhecemos de uma maneira que nunca havíamos conhecido antes.
Certa vez estava subindo por uma floresta à noite, antes que uma trilha fosse aberta, e aprendi o que significavam as palavras do Salmo 119:105:
“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos”.
Tinha apenas uma lanterna, e precisava segurá-la bem baixinho ou certamente escorregaria naquelas rochas acidentadas.
Não trilhamos os caminhos espirituais com luz elétrica, mas com uma lanterna pequena de mão, e esse facho de luz mostrará apenas o próximo passo. Não veremos muito do caminho à nossa frente.
Amy Carmichael (1867-1951)
(Tradução de texto homônimo de Amy Carmichael, do livro “Come Quietly to Meet You”).
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