Riquezas Falsas e Verdadeiras - Parte 02

 


Vivendo para a glória de Deus


“Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: de maneira alguma te deixarei; nunca te abandonarei. (Hb 13:5) 

“O SENHOR é a porção da minha herança e o meu cálice; tu és o arrimo da minha sorte. Caem-me as divisas em lugares amenos, é mui linda a minha herança.” (Sl 16:5-6)


Amados, como uma nota introdutória para esse devocional, devo-lhes antecipar que devemos prosseguir tendo em conta a glória de Deus, conforme 1 Coríntios 10:31. Claro, tanto individual como coletivamente, Cristo é o nosso alvo, Ele é a nossa vida, a vida da igreja. Ele é o Senhor da glória. E, se em tudo Ele tem a primazia, então Ele deve ter a primazia sobre toda a área de nossa vida, e aqui aplica-se também às nossas finanças, é claro. Que em tudo seja o Senhor glorificado. Amém!


“O primeiro dever que o cristão que se aproximou de Deus em Cristo deve aprender é a natureza de sua relação com seus semelhantes e que essa é uma vida de amor. A segunda questão que deve ser considerada é sua relação com o mundo e seus bens. O mundo exterior o cerca por todos os lados; ele está em contato com o mundo a todo momento. O mundo o solicita sem cessar, requerendo sua atenção, despertando seu interesse e afeições. O mundo à sua volta o tenta, oferecendo seus prazeres e apresentando suas ameaças de dor; chega até ele segurando a vida e a morte em suas mãos. Depois do pecado, o mundo, que deveria ser transparente com a luz da presença e da bondade de Deus, colocou uma venda nos olhos dos homens, tornou-se o véu que esconde Deus do homem. Um dos primeiros perigos que o cristão que está correndo a carreira deve vigiar constantemente é o poder que o mundo tem com necessidades legítimas, interesses e prazeres - de tornar-se um peso que o puxa para trás e, frequentemente, o faz perder o prêmio. “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.”

O dinheiro é a personificação de tudo o que as posses do mundo podem oferecer. O amor ao dinheiro evidencia o verdadeiro espírito do mundo. A passagem que estamos considerando diz: "Seja a vossa vida sem avareza". 

A tentação chega sorrateiramente tanto para o homem que tem dinheiro, quanto para aquele que ainda está a sua procura. O tentador vem como um anjo de luz.”¹ 

No dinheiro em si não há pecado, mas ele pode ser convertido em benção ou maldição para o crente, dependendo do contexto e tratamento específico com ele.

Conforme o irmão César Coneglian, compartilhando com nossos irmãos de Londrina, citando uma observação de Andrew Murray, disse que o dinheiro é ‘uma entidade’ (cf. Lc 16:13) que é usada por Satanás para atrapalhar a vida do crente. Claro, ele está se referindo ao amor ao dinheiro.

Ele disse também que dinheiro é um tema que precisamos pôr os joelhos no chão. 

“O Senhor Jesus mostrou como é difícil ser honesto na administração do dinheiro. ”Se, pois, não vos tornastes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza?” (Lc 16:11) Jesus estava discursando sobre duas riquezas: “aquela que vem de uma linhagem injusta e a verdadeira riqueza. Uma é carnal, enquanto a outra é espiritual. A verdadeira riqueza aqui nesse versículo se refere aos bens verdadeiros na era vindoura do reino (cf. Mt 24:47)

De acordo com Jesus, se não soubermos administrar a riqueza de raiz iníqua, Deus não nos conferirá a verdadeira riqueza de procedência espiritual.” 

“Jesus mostra que a origem das riquezas terrenas, na verdade, é injusta, ainda que uma riqueza qualquer não tenha sido amontoada em decorrência de injustiça. “E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos.” (Lucas 16:9)

Ora, se os nossos primeiros pais não tivessem pecado no jardim do Éden, não haveria necessidade de alguém acumular patrimônio. O imperativo da abastança e a urgência em armazenar passaram a existir na história da raça humana, em razão do desabastecimento da confiança em Deus. O medo da privação acaba fomentando o acúmulo de bens. Sendo assim, a riqueza é um produto do pavor pecaminoso. O pano de fundo das riquezas é o receio da escassez e a falta de confiança na soberania Divina.”²

Temos na Palavra de Deus ensinamentos sólidos quanto à riqueza e podemos tocar em princípios espirituais indispensáveis. Por exemplo: Em Lucas 12:15-20, quando o Senhor Jesus advertiu os crentes sobre o perigo da avareza reprovando-a, vemos algo muito importante ali. Estude cuidadosamente esse capítulo, leia com atenção os versos 13-34 e você verá que o tema está apresentando o contraste entre possuir e viver. Obs. O rico era louco porque: 1) Suas posses eram apenas emprestadas (cf 1 Tm 6:17); 2) Tentou reservar as bênçãos de Deus unicamente para seu benefício próprio (1 Tm 6:18); e 3) Julgou que esta vida é de mais valor que a eterna. Podemos concluir com o seguinte: *A única riqueza duradoura é possuir a Deus* (v.21; Jo 17:3; Sl 73:25-26) 

Estaremos posteriormente considerando sobre a mordomia cristã segundo essa perspectiva bíblica. Que o Senhor nos dê graça para continuarmos a conhecer a Sua vontade que é boa, agradável e perfeita. 


“Pai, guarda-nos pelo Teu poder e pelo Teu amor de tudo aquilo que tende a nos afastar de Ti. Precisamos tanto e desejamos ser guardados da avareza, do amor ao dinheiro e toda idolatria e pecado. Ganhe os nossos corações só para Te amar e servir-Te em Teu propósito santo. Prevaleça sobre todas as nossas debilidades. Firma os nossos passos na Tua Palavra. Sonda-nos e conhece o nosso coração, prova-nos e conhece os nossos pensamentos. Vê se há em nós algum caminho mal, e guia-nos pelo caminho eterno. Te pedimos em nome de Jesus, nosso Senhor e Salvador. Amém!”

(...)


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