O DINHEIRO É UM BOM CRIADO, MAS UM MAU SENHOR

 


A frase do título citada por Francis Bacon, entre 1560 e 1620, é muito atual, pois trata do mesmo assunto em todas as décadas até os dias de hoje: dinheiro, e por que não dizer tesouro, usando uma terminologia mais bíblica. A numismática estuda a história das moedas e dos dinheiros usados em todas as épocas. No Antigo Testamento, as principais eram o ouro e a prata. Nos evangelhos, nos tempos de Jesus, lemos sobre a dracma, os denários, o sestércio e outros. No entanto, ao avaliarmos todas elas considerando seu valor, as Escrituras associam chamam de tesouro, especialmente o lugar que ele ocupa em nossas vidas. 


É o princípio da prioridade: "Onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (Lucas 12.34). Nos nossos dias, chegamos às mesmas conclusões: existem valores diferentes entre as moedas, mas o que importa é o relacionamento saudável que temos em nosso coração em relação a elas. Quando você imaginaria que um dia existiria uma lei para a extinção do dinheiro vivo? Em 2020, foi apresentado o projeto de lei 4068 na Câmara dos Deputados para extinguir o papel-moeda no Brasil. Hoje, é comum falar em moeda digital, com várias opções de aplicação em criptomoedas. Não sei o que será no futuro com as moedas digitais nem o que vai substituí-las. Não é a moeda nem o valor dela que está em jogo, mas a grande questão sempre será o relacionamento com elas, na normalidade da subsistência ou na ganância e de espírito destruidor quando há mudança das prioridades. Há situações em que o vínculo é tão desastroso que a pessoa tem enriquecido pelo trabalho, sim, mas com a obsessão por essa riqueza. Isso tem levado pessoas a projetar e construir mais "celeiros" para ajuntar mais bens e, em seguida, em um ciclo doentio, construir mais celeiros e assim por diante. A pessoa esquece a realidade da vida e da morte que a própria Bíblia nos exorta: "Tolo! Esta mesma noite arrebatarei a tua alma. E todos os bens que tens entesourado, para quem ficarão?" (Lucas 12.20).


Percebam que, seja no Antigo ou no Novo Testamento, independente do nome que se dê às moedas, o problema é o mesmo: o relacionamento com o tesouro. Por outro lado, a mordomia será sempre evocada quando tratamos desse assunto. O que isso significa? Deus nos dá, e nós precisamos administrar de forma que sua glória se manifeste. O Salmo 67 exemplifica essa dinâmica, pois à medida que Deus me abençoa, inclusive financeiramente, tenho a capacidade de abençoar outros em missões ou a socorrer as necessidades do meu próximo, especialmente os irmãos na fé. Por isso, falar sobre esse assunto sempre nos leva à questão do espírito de Mamom, que a Bíblia nos traz. Essa palavra é quase sinônimo de dinheiro, mas com a conotação de endeusamento, o que leva ao desastre e à destruição. Isso é um alerta de perigo à vista! Não poderia terminar essa reflexão sem citar um dos textos mais preciosos da Palavra de Deus sobre esse tema: "Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem traça nem ferrugem corroem e onde ladrões não minam nem roubam. Porque onde está o seu tesouro, aí estará também o seu coração. Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas (Mamom)" (Mateus 6.19-24).



Oração: Senhor, obrigado pela provisão. Porém, que jamais o espírito de avareza ou ganância tome conta do meu coração. Que eu sempre seja grato pelo pouco e pela abundância que me abençoares. Que eu seja o mordomo que esperas, em nome de Jesus, Amém!


(Devocionais de Avivamento - Marcos Stier Calixto)


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