TERRA e CÉU
OH SENHOR,
Vivo aqui como um peixe num vaso d’água, com o bastante apenas para continuar vivo,
mas no céu eu nadarei num oceano.
Aqui, tenho em mim só o escasso ar que me mantém respirando, mas lá terei ventanias doces e
refrescantes;
Aqui, tenho um raio de sol para iluminar minha treva, um feixe morno que me impede de congelar;
lá viverei em luz e fervor para sempre.
Meus desejos naturais são corrompidos e desviados, e tua misericórdia é destruí-los;
Meus anseios espirituais foram plantados por ti, e tu os regarás e os farás crescer;
Aviva a minha fome e a minha sede pelo reino do alto.
Aqui, eu posso ter o mundo, lá, em Cristo, Senhor, terei a ti;
Aqui, a vida é de ansiedade e oração, lá é segurança sem suspeita, súplica sem negativa;
Aqui as consolações são rudes, são mais fardos que favores, lá está a alegria sem o amargor,
a consolação sem o sofrimento, o amor sem a inconstância, o descanso sem a fadiga.
Faz-me saber que o céu é todo amor, é onde o olho sensibiliza o coração, e a continuada contemplação
da tua beleza, mantém a alma em permanente êxtase deleitoso.
Faz-me saber que o céu é todo paz, onde o erro, o orgulho, a rebeldia e a paixão não erguem a cabeça.
Faz-me saber que o céu é todo alegria, é o término da fé, do jejum, da oração, do pranto,
da humilhação, da vigilância, do temor, do descontentamento; Amém.
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Tradução: Marcos Vasconcelos
Extraído de: The Valley of Vision:
A Collection of Puritan Prayers & Devotions,
editado por Arthur Bennet, p. 203.
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