A EXPERIÊNCIA DO DESERTO
“Parti para as Regiões da Arábia”
O Apóstolo Paulo disse, em sua epístola aos Gálatas: “Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve revelar seu Filho em mim… não consultei carne e sangue… mas parti para as regiões da Arábia” (Gl 1:15-17).
“Me parece que a Arábia representa algo que está muito relacionado com o amadurecimento dos filhos. Moisés esteve ali por 40 anos. Depois desse tempo, no sentido espiritual, ele era um filho bem mais maduro do Pai do que quando lá entrou” (TAS).
No texto de Lucas 3:21-22 e Lc 4:1, vemos a experiência do Filho de Deus. Ali no deserto, o que estava sendo questionado pelo inimigo era a filiação de Senhor: “Se tu és Filho…” Essa é a base do deserto. “De alguma maneira, na economia de Deus, o deserto tem uma grande relação com o amadurecimento dos filhos. Esse é um princípio” (TAS).
“Parti para as regiões da Arábia”. “O que é a Arábia? Você não consegue muita ajuda ali, nem da parte do mundo, nem da carne. A carne não tem como prosperar no deserto; lá, a vida natural é levada a morrer de fome. Você está sozinho com Deus, e esse é o ponto. Moisés esteve sozinho com Deus no deserto por quarenta anos. O Senhor Jesus ficou sozinho com Deus no deserto. O Diabo estava lá, é verdade, mas Ele estava sendo provado e testado no Seu relacionamento com Deus, sem nenhuma ajuda da carne ou do mundo. Paulo partiu para a Arábia. Não tenho dúvida de que durante aquele tempo – alguns dizem ter sido dois anos – aconteceu um peneiramento de Paulo, um ajuste onde ele pôde entregar as antigas tradições, a fim de receber novos fatos por meio da experiência…. Podemos viver em uma grande cidade e ainda assim estar na Arábia. Podemos estar aqui nesse encontro e estar na Arábia, ao mesmo tempo. Naquele lugar encontramos a sequidão do deserto, e não temos muitos recursos para ajudar a nossa vida natural a florescer, nem grandes suportes para sustentar o nosso relacionamento com o Senhor. Tudo está sendo retirado, e estamos chegando ao ponto onde o Senhor, e apenas Ele, permanece… Que desolação para a nossa carne é estar ali!… Assim é o amadurecimento dos filhos: apenas o Senhor é o recurso. Ali na Arábia, se não fosse pelo Senhor, certamente morreríamos, nossas carcassas cairiam no deserto; mas pelo contrário, estamos provando, pela experiência, que Ele pode nos preparar uma mesa no deserto” (TAS).
Que possamos ter esse coração e desejo. Que não tenhamos medo de passar mais tempo com o Senhor, deixar que Ele seja o primeiro… Que possamos confiar que Ele é capaz de suprir todas as nossas necessidades, e que Ele é a nossa boa parte. Só aqueles que se lançam em fé nessa expectativa poderão responder como fizeram os discípulos diante da pergunta do Senhor:
“A seguir, Jesus lhes perguntou: Quando vos mandei sem bolsa, sem alforje e sem sandálias, faltou-vos, porventura, alguma coisa? Nada, disseram eles” (Lc 22:25).
As citações são de T.Austin-Sparks, extraídas do capítulo 4 do livro “The Fight of the Faith” (A Batalha da Fé).
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