CONHECER O SENHOR

 *CONHECER O SENHOR*: Nossa Maior Necessidade


“Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe?” (Jo 14.9).

“Para conhecê-lo…” (Fp 3.10).


É da maior importância para os filhos de Deus reconhecer plenamente que, acima de todas as coisas, o objetivo de Deus é que eles O conheçam. Esse é o objetivo que governa todos os Seus tratos conosco. Essa é a maior de todas as nossas necessidades.

Isso é o segredo da força, da perseverança e do serviço. Isso determina a medida de nossa utilidade para Ele. Essa era a única paixão da vida do apóstolo Paulo. Essa era a causa de seu incessante trabalho a favor dos santos. Isso é o coração e o ponto central da carta aos hebreus. Esse era o segredo da vida, do serviço, da persistência, da confiança do Senhor Jesus como Filho do homem.

Todos esses fatos precisam ser examinados mais de perto. Começamos sempre com o Senhor Jesus como o representante de Deus, o Homem de acordo com a mente divina. Em Sua vida na terra, não houve parte ou aspecto que não tivesse sua força e habilidade enraizada em, e derivada de, Seu conhecimento interior de Seu Pai, Deus. Nunca podemos esquecer que Sua vida era de absoluta dependência de Deus, voluntariamente aceita. Ele atribuía tudo ao Pai: palavra, sabedoria e obras. Os milagres foram possíveis por meio de Seus apóstolos como por meio Dele mesmo. Isso não coloca os apóstolos no mesmo nível pessoal que Ele. Sua deidade permanece. Ele é Deus manifestado na carne, mas Ele aceitou, do ponto de vista humano e em relação ao homem, as limitações e a dependência do homem para que Deus pudesse ser Deus manifestado. Há uma sujeição aqui segunda a qual, de Si mesmo, Ele não é capaz de fazer coisa alguma (Jo 5.19). O princípio de toda a Sua vida, em cada fase e detalhe, era Seu conhecimento de Deus. Ele conhecia o Pai no que diz respeito às palavras que falava, as obras que fazia, aos homens e mulheres com quem tratava; com respeito ao momento de falar, agir, ir, permanecer, render-se, recusar, silenciar; com respeito aos motivos, pretensões, declarações, inquisições, sugestões, dos homens e de Satanás. Ele sabia quando podia e quando não podia entregar Sua vida. Sim, tudo aqui é governado por aquele conhecimento interior de Deus. Há numerosas evidências em Atos como a prática, e nas Epístolas como a doutrinária, revelação da mente de Deus, de que Deus definiu que esse princípio deve ser mantido como a lei básica da vida do povo do Senhor ao longo do tempo. Esse conhecimento, no caso do Senhor Jesus, era o segredo de Sua completa supremacia e de Sua absoluta autoridade.

Mestres em Israel irão procurá-Lo, e a questão que irá apressar sua busca será o conhecimento. “Tu és mestre de Israel, e não sabes isto?” (Jo 3.10). Nicodemos tinha ido ao único que sabe, cuja autoridade é superior à dos escribas, não somente em nível, mas em espécie.

Até o fim do Evangelho de João, o qual traz especialmente uma percepção sobre esse assunto, “conhecer” ocorre perto de 55 vezes. Nosso Senhor afirmou que “a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Isso não significa que a vida eterna é dada meramente com base em conhecê-la. Pode haver vida com conhecimento muito limitado. Mas vida em plenitude é intimamente relacionada com aquele conhecimento, e o aumento crescente Dele se manifesta em vida crescente. Isso funciona nos dois sentidos: do conhecimento para a vida e da vida para o conhecimento.

Vendo, então, que o Senhor Jesus, como homem, representa o homem de acordo com Deus, estamos bem preparados para ver que o objetivo dominante dos tratos divinos conosco é que conheçamos o Senhor.


(T. A. Sparks)


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