Salvou os outros, a Si mesmo não pode salvar-se! - 01
“Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se” (Mateus 27:42).
Esse foi o escárnio dirigido ao Cristo que morria, quando ficou pendurado em Sua cruz naquele “distante monte verde”.
Palavras de deboche, mas incorporando a própria essência da vida e morte do Filho de Deus, a própria essência dos tratos de Deus com o mundo – a própria essência do Calvário.
“Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito…” (Jo.3:16).
Para salvar os outros – pecadores, rebeldes, inimigos – o Pai não pôde salvar a Si mesmo de enviar, do Seu seio, o Filho do Seu amor. Para salvar os outros, o Filho não pode salvar a Si mesmo, mas tem que derramar a Sua alma na morte, e assim, ver Sua semente e dividir o despojo com os poderosos (Is 53:12). Para salvar os outros, o Espírito Santo não pode salvar a Si mesmo da angústia, à semelhança da tristeza e angústia do Filho no Getsêmani, em Sua entrada no coração dos que uma vez afundaram-se no pecado e são frequentemente obstinados e desobedientes aos clamores do Filho. [Note que a mesma palavra usada para o sofrimento do Senhor no Getsêmani é usada também em Ef 4:30: “Não entristeçais o Espírito Santo de Deus”].
“Salvou os outros, a Si mesmo não pode salvar-se”. Essa expressão engloba, em poucas palavras, toda a história do caminho do Deus-Homem na Terra; desse modo, Ele manifestou ao homem caído a expressa imagem ou caráter (conforme o grego) do Pai no céu.
“Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito… para vivermos…” (I Jo 4:9).
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós…” (I Jo 3:16).
O caráter de Deus foi revelado em Seu Filho; a natureza divina foi manifestada Naquele que era a expressão exata do Seu ser”. Resumindo: salvar os outros é próprio de Deus, recusando-Se a salvar a Si mesmo.
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Extraído do livro “A Cruz: O Caminho Para o Reino”
(Editora dos Clássicos) – Jessie Penn-Lewis (1861 – 1927)
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