O Filho - um nome mais excelente

 “...nestes últimos dias, nos falou pelo Filho,... tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles.” (Hebreus 1:2, 4)


“Este nome mais excelente é “o Filho”, um nome que é plenamente definido nos versículos subsequentes”, revelando-se assim no mais glorioso nome que recebeu, bem superior a todos os anjos de Deus .

“Tendo em vista tudo que já foi dito, a superioridade do Filho aos anjos não é surpresa alguma. Mas não fica tão claro por que a comparação é feita com anjos a esta altura. Pode ser que o escritor tinha meditado sobre as passagens do Antigo Testamento que passa a citar, com interesse especial pelo Salmo 8 (citado no cap. 2) e no Salmo 110, porque os considerava messiânicos. Do outro lado, é possível que a ideia da superioridade de Cristo aos anjos lhe tenha ocorrido primeiro, e que as passagens relevantes tenham, então, surgido na sua mente. Esta última sugestão é provável, tendo em vista o grande interesse que os judeus tinham pelos anjos. É compreensível que, numa época em que os anjos eram tidos em alta estima, o escritor desejasse demonstrar que Deus agora falara através do Seu Filho de uma maneira muito mais eficaz do que através deles. O homem moderno não tem tanta certeza acerca dos anjos, e a relevância desta passagem requer alguma discussão. Os anjos aparecem várias vezes nas histórias dos Evangelhos, e não se pode negar que os evangelistas consideravam estes seres sobrenaturais como seres reais. Na realidade, Jesus mesmo falou dos anjos da guarda dos filhos. Boa parte da crítica moderna dispensa os anjos ao chamá-los de seres mitológicos, i.é, algum tipo de personificação das mensagens de Deus. Se esta opinião fosse certa, haveria pouca relevância na discussão da superioridade do Filho aos anjos, a não ser para demonstrar a ineficácia dos seres mitológicos. Mas se há dimensões espirituais representadas por anjos que não podem ser consideradas no mesmo nível da experiência natural, fica sendo imediatamente relevante definir a posição do Filho nestas esferas espirituais. O homem de fé pode às vezes penetrar nas esferas que estão bloqueadas para muitos por causa da sua descrença. O “anjo” no Novo Testamento é invariavelmente um mensageiro de Deus e é este aspecto que é importante para o presente argumento do escritor. Concentra-se primeiramente no nome, que outra vez é surpreendente. O ditado moderno: “O nome não importa” certamente não era aplicável então, porque os nomes eram mais do que um meio de distinguir as pessoas; eram o meio de dizer algo acerca daquelas pessoas. O nome descrevia a natureza. Mas qual é o nome que Ele herdou? Visto que Jesus já foi introduzido como o Filho, ideia esta que é o tema das citações do Antigo Testamento que se seguem, fica claro que o nome mais excelente é o de Filho, que subentende o relacionamento mais estreito e mais íntimo. Visto que para o mundo daqueles tempos o nome de “anjo” era tão altamente honrado como símbolo de mensageiro divino, é possível que alguns estivessem chamando Jesus Cristo pelo nome de “anjo” e fazendo-O não mais alto do que os seres espirituais que, segundo se acreditavam, influenciavam os negócios dos homens. A idéia dEle como Filho é muito mais sublime.” (Donald Guthrie)


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