As coisas abaladas
As palavras “mais uma vez” indicam a remoção do que pode ser abalado – ou seja, coisas criadas – para que o que não pode ser abalado permaneça. (Hebreus 12:27 NVI)
Na destruição de Jerusalém – para a qual a Epístola [aos Hebreus] apontava – toda a terra foi abalada no que dizia respeito ao judaísmo. O Templo, como ponto focal de todo aquele mundo, desabou até o chão. O sacerdócio, representado pela ordem sumo-sacerdotal, acabou. O serviço do templo terminou e a nação deixou de ser um povo integrado e unificado. Essas eram coisas passíveis de serem removidas. E no entanto, por quanto tempo elas tinham permanecido! Que forças tinham resistido! Quanta confiança havia de que elas jamais deixariam de existir! Quão seguros estavam de que Deus estava tão ligado a tudo isso que nunca seria destruído e deixaria de existir! Como lutaram e se apegaram a isso até a última extremidade! Mas não adiantava. Deus não queria mais a estrutura e o sistema terreno, que tinha ocupado tanto espaço, energia e gasto, antes que o realmente espiritual fosse alcançado. O percentual de valor espiritual era tão pequeno, afinal, e os interesses espirituais estavam tão longe ao longo dos caminhos labirínticos da maquinaria e tradição religiosa, que não valia a pena. Os meios para o fim não eram imediatos, ou seja, havia uma distância muito grande entre os meios e o fim. Não havia toque imediato com a real exigência divina, e havia muito do que era intermediário. E assim, teve que ir embora, e, em vez de preservá-lo, o próprio Deus o abalou.
O que permaneceu após o abalo foi apenas aquilo, e somente aquilo, que era Cristo de uma maneira espiritual e celestial: Cristo no céu, e aqui pelo Seu Espírito, o ponto de reunião, ou ocasião de assembléia; Cristo no céu como o Sumo Sacerdote e Sacrifício; a ordem da casa de Deus aqui uma puramente espiritual e celestial – não formal, arranjada, imposta, imitada ou material. A ordem cresce da vida, e se essa Vida é Divina, e não interferida, a ordem divina será espontânea.
T. A. Sparks
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