Orar é pedir, mas também ter comunhão
Entretanto, orar não é meramente fazer pedidos a Deus, embora isto seja um importante aspecto da oração, quando nada, porque nos fala de nossa total dependência dele. Mas ela é também comunhão com Deus — um intercurso pessoal com o Senhor — uma conversa com Deus, (e não apenas o ato de falar-lhe). Ficamos conhecendo melhor as pessoas conversando
com elas. Conhecemos a Deus da mesma maneira. A mais elevada consequência da oração não é ficarmos livres do mal, nem obtermos aquilo que desejamos, mas conhecermos a Deus. “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste." (João 17:3). E a oração nos revela mais de Deus, e essa é a grande descoberta da alma. Os homens ainda clamam: “Ah! se eu soubesse onde o poderia achar! então me chegaria ao seu tribunal." (Jó 23:3)
O cristão ajoelhado sempre o “acha”, e é achado por Ele. A visão celestial do Senhor Jesus cegou os olhos de Saulo de Tarso, em sua queda, mas ele nos conta, tempos depois, que, quando se encontrava orando no templo, em Jerusalém, foi arrebatado e viu a Jesus. "E vi aquele...” Foi então que Cristo lhe deu a grande comissão de ir aos gentios.
Uma visão é sempre um precursor de uma vocação e de uma ida. Foi assim com Isaías. "Eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo." (Is 6:1) Evidentemente, o profeta achava-se orando no santuário, quando isto se deu. Esta visão também foi um prelúdio de uma chamada ao serviço: “Ide...” Ora, não podemos receber uma visão de Deus a menos que oremos. E onde não há visão, as almas perecem.
Uma visão de Deus! O conhecido Frei Lourenço disse: “A oração é nada
mais que um senso da presença de Deus” — e isso é apenas a prática da presença de Deus.
Um amigo de Horace Bushnell estava presente certa vez quando esse homem de Deus orava. Sobreveio-lhe um maravilhoso senso da presença de Deus. Ele disse: “Quando Horace Bushnell abaixava o rosto entre as
mãos, e orava, eu não estenderia o braço no escuro, com receio de tocar em Deus.” É possível que o salmista tivesse experimentado a mesma sensação, quando clamou: “Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa.” (Sl 62:5) Creio que grande parte de nossos fracassos é devida ao fato de que não temos examinado a seguinte pergunta: o que é oração? É bom estar consciente de que sempre nos achamos na presença de Deus, é melhor fitá-lo em adoração. Mas melhor ainda é ter comunhão com ele, como um amigo — e isso é oração.
A oração, em seu melhor e mais elevado aspecto, revela uma alma sedenta de Deus — e de Deus somente. A verdadeira oração brota dos lábios daqueles cujas afeições estão concentradas nas coisas lá do alto.
(Extratos do livro: O Cristão de Joelhos - A Oração que Funciona -
Autor anônimo)
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